O objetivo deste trabalho é refletir sobre o bilinguajamento e plurilinguismo que conformam o Portunhol Selvagem de Douglas Diegues, relacionando-os com o espaço peculiar que é uma fronteira. Essa língua poética mescla Português, Espanhol, Guarani, com palavras de outras línguas, estabelecendo uma identidade cultural, sem, entretanto, buscar institucionalizar as duas línguas imperiais e nacionais de base. O Portunhol Selvagem é fruto da hibridação de culturas com as quais Diegues conviveu ainda na infância e posteriormente vivenciou na Tríplice Fronteira. Esse processo será analisado à luz de dois teóricos: Homi K. Bhabha, e Walter Mignolo. Almeja-se, assim, promover um diálogo entre esses autores, para discutir como a noção de fronteira extrapola os limites geográficos, criando territórios simbólicos que comportam mais de uma cultura e constituem, assim, novas significações de identificações. Como o poeta utiliza sua língua original para realização de sua obra e em suas comunicações orais e entrevistas, não se pode ignorar esse material não literário para a construção do seu espaço biográfico e assim, serão aliados à discussão, alguns conceitos trabalhados por Leonor Arfuch. Neste artigo busca-se pensar a fronteira como ponto de partida para o Portunhol Selvagem.
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