Os textos reunidos nesta obra exploram as relações entre linguagem, cultura e cognição na perspectiva da Linguística Cognitiva, paradigma recente que estuda a linguagem como parte integrante da cognição e em conexão com a experiência humana do mundo. Até que ponto é que a linguagem e a cultura influenciam a conceptualização? E até que ponto é que a conceptualização varia entre culturas, comunidades ou mesmo indivíduos? Serão as diferenças de conceptualização entre línguas, superficiais ou profundas? Como articular a hipótese dos conceitos universais com a hipótese da relatividade linguística? Estas são algumas das questões aqui analisadas na perspectiva de que a linguagem e cultura são facetas imbricadas da cognição, e cognição e linguagem são culturalmente situadas. Os setenta estudos apresentados reflectem o estimulante pluralismo de teorias, métodos e agendas que caracteriza este movimento. São tratados diversos temas de semântica cognitiva e cultural, gramática cognitiva, sociolexicologia cognitiva, análise do discurso e ainda poética cognitiva, psicolinguística, linguagem gestual, linguística computacional e filosofia da mente. Os estudos incidem em diferentes línguas e culturas, incluindo não-indo-europeias, e revelam importantes modelos cognitivos e modelos culturais. A parte inicial reúne os contributos de fundadores da Linguística Cognitiva e outros autores representativos R. Langacker, L. Talmy, D. Geerarets, A. Verhagen e E. Bernárdez. Estão aqui reunidos estudos de especialistas de cerca de vinte países, incluindo especialistas nacionais. Constitui esta obra uma valiosa amostragem da investigação e Linguística Cognitiva e um importante contributo para o desenvolvimento desta área entre nós.