O artigo tem por objetivo discutir o diagnóstico do fracasso das reformas, interrogando-se sobre as várias representações de escola e escolarização em luta quando se elaboram, impõem ou se resistem às reformas educativas. Para tanto, estrutura-se em quatro seções. Na primeira, esboça rapidamente o percurso de trabalho e pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em História da Educação (NIEPHE), origem da reflexão. A seguir, discorre sobre os conceitos mobilizados na análise. Cultura escolar, gramática da escola e forma escolar emergem como problema. Na terceira parte, explora as alterações propostas no tempo escolar pela reforma Fernando de Azevedo no Rio de Janeiro (1927-1930) e as resistências operadas por pais, alunos e professores como forma de evidenciar as diferentes representações de escola e escolarização em luta na sociedade no período. Por fim, a guisa de conclusão, problematiza as relações entre reforma educacional e mudança no discurso educacional, sublinhando que há mudanças realizadas pela cultura escolar que antecipam as reformas, como há propostas reformistas que logram se instalar nos fazeres ordinários da escola. Afirma, assim, a necessidade de compreender a operacionalização das práticas escolares, no intercâmbio com a sociedade e a história, no entendimento de que os saberes técnicos e as reformas educativas são, eles também, constituídos no jogo das representações concorrentes sobre o que é a escola e como deve atuar.
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