Brasil
A ampliação de pesquisas que abordam parcerias estabelecidas no campo educacional denota a proliferação de iniciativas que colaboram com a privatização do conteúdo da educação na realidade brasileira. Neste estudo, por meio de uma pesquisa documental problematizada a partir do método analítico-hermenêutico, discute-se o cenário a partir do qual parcerias entre grupos privados e filantrópicos e instituições públicas se efetivam no país, apresentando três materializações, por grupos distintos e movimentos diversos, que explicitam esses processos que têm como objetivo a apropriação e a redefinição do conteúdo da educação. Dividida em duas seções, para além de considerações iniciais e finais, este artigo apresenta elementos que contextualizam e buscam explicar a absorção, pelas escolas e suas respectivas mantenedoras, de projetos gestados fora de sua esfera de deliberação. Em seguida, apresenta três propostas distintas, que percorrem trajetórias diferentes, e que ilustram o contexto discutido: o Programa a União Faz a Vida, o Prêmio Educador Nota 10 e o Programa Escola Melhor – Sociedade Melhor. A partir do exposto, compreendem-se os processos que favorecem esses movimentos e tornam a escola um espaço de apropriação de concepções, valores e práticas mercadológicas, que afastam essa instituição da promoção do bem comum e da universalização de processos formativos pautados pela qualidade e pela equidade sociais.
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