Segundo Rancière, a inteligência humana é uma potência que não se divide e não há senão um único poder: o de prestar atenção. Aprende-se novas línguas, fatos e ideias exercendo apenas a força de atenção. Segundo ele, é o ato de atenção quem faz agir a inteligência sob a coerção absoluta de uma vontade, em uma determinada direção, segundo os esforços que ela dedica. A emancipação intelectual ocorreria junto ao desenvolvimento da força de atenção, a qual, progressivamente, liberaria a inteligência das amarras mentais e emocionais engendradas pela falsa crença na incapacidade e inferioridade intelectual. Por sua vez, na filosofia de Epicteto de Hierápolis, a educação da atenção ocupa um lugar central, pois o desenvolvimento da atenção é considerado imprescindível para o aprendizado da arte do bem viver. Segundo ele, a liberdade e a felicidade poderiam ser conquistadas via um treinamento da atenção sobre si mesmo e sobre o mundo.
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