Proprietários florestais e cooperação para a gestãodo espaço agro-florestal: um estudo de caso

• Canadas, M. J. ^[1] ; Novais, A. ^[1] ; Marques, M. ^[1]
  1. [1] Universidade de Lisboa

     Universidade de Lisboa

     Socorro, Portugal

     
• Localización: Territorios rurales, agriculturas locales y cadenas alimentarias: 16-17 octubre 2014, Palencia, 2014, ISBN 978-84-9048-285-8, pág. 365
• Idioma: portugués
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• Resumen

  • O domínio da propriedade florestal não industrial, e a reduzida dimensão da grandemaioria dessa propriedade, torna relevante a questão da cooperação entre proprietáriospara uma gestão florestal em comum. As Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), em Portugal,formalizam essa cooperação, tendo a sua constituição mobilizado, desde 2006, cerca de 20mil aderentes. Com o objectivo de discutir os entraves a uma efectiva gestão em comum noâmbito das ZIF, realizou-se um estudo de caso, numa ZIF constituída em zona considerada legalmenteprioritária. Com o inquérito por questionário a uma amostra de proprietários aderentespretendeu-se caracterizar as práticas e atitudes dos aderentes relativamente a algumasalternativas em termos de arranjo institucional e normas de funcionamento das ZIF (gestãodirecta ou gestão por delegação na entidade gestora, critério de votação, disposição a pagar).A análise de contingência dos resultados mostrou que os proprietários que participam emreuniões da ZIF são os mais associados ao critério “uma pessoa, um voto”. Os proprietáriosmais próximos de uma lógica de exploração-reserva e que externalizam as operações florestaisestão mais dispostos a pagar pelas intervenções, previstas no plano comum, que os restantes,mais enquadrados numa lógica de trabalho-reserva e de internalização das intervençõesprodutivas. Ter tido experiência de incêndio nas suas terras e estar informado sobre aprevenção que tem vindo a ser feita localmente, são variáveis muito associadas à opção pelagestão por delegação na entidade gestora. Evidenciou-se a importância de variáveis como aslógicas económicas ou o modelo de trabalho, de recurso menos usual no estudo da cooperação,para explicar as opções declaradas dos proprietários em termos de modelo de gestão,critério de votação ou disposição a pagar. Salientou-se também a importância de diferentesformas de capital social para o sucesso de distintos tipos de cooperação, designadamente,gestão directa e gestão por delegação.