Representatividade é a presença política de um grupo – raça, classe, nação, gênero – nos mais diversos espaços. Sobre a presença de mulheres no cinema, pensa-se não somente o número de personagens mulheres nas narrativas, mas também o número de diretoras de filmes, bem como o tipo de sua representação: padrões, estereótipos, protagonismo, falas, tempo destas falas, faixa etária, corpos. O estereótipo é uma generalização de questões particulares e não deveria definir a totalidade de membros de uma comunidade. Geralmente ocorre onde existem desigualdades de poder, e dirigidos a grupos subordinados ou excluídos, é uma conexão entre a representação, a diferença e o poder. O cinema tem uma participação ambígua no universo lésbico: por um lado, a presença de personagens lésbicas traz representatividade e naturaliza a diversidade de orientações sexuais, por outro, pode reforçar estereótipos e internalizar, no espectador, comportamentos ou outros padrões generalizantes. Neste trabalho, algumas séries são brevemente analisadas e comparadas nas categorias dos temas discutidos. Os discursos explícitos e implícitos nestas representações, nos diálogos, no roteiro das narrativas e na forma como diretores e produtores decidem sobre estas personagens é um espaço de muitas discussões e interpretações. Finalmente, considera-se a responsabilidade social de designers, produtoras, diretoras, animadoras e roteiristas, na forma como representam suas personagens, no uso de seu poder e lugar de fala neste espaço do cinema, como tecnologia que constrói socialmente gêneros e sexualidades a partir de imagens, discursos, representações e afetos.
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