With the purpose of clarifying to what extent students do learn to write a dissertation in their Portuguese language secondary school classes, we have analyzed 2,434 hours of classes previously recorded in field diaries; the classes were held from 2006 to 2008 at 61 different public schools of the city of São Paulo. Data analysis revealed that literature was the subject of choice in half the classes, with grammar occupying a quarter of the total time. Only 15% of the time was devoted to the teaching of writing, with emphasis on non-dissertational texts. Therefore, the study found out that the teaching of writing has been neglected. Only 6% of the time of Portuguese classes was dedicated to the explanation of the characteristics of this type of text, and then followed by the request for a written production. The moments dedicated to collective correction and rewriting were almost inexistent, and those applied to a reflection previous to the practice of writing were very rare. In view of the recurring reports of severe problems found in the texts produced by students leaving secondary education, which obstruct their access to public universities, there remains here a warning to teacher educators and to researchers devoted to the teaching of writing.
Visando a elucidar em que medida o aluno aprende a escrever uma dissertação na aula de língua portuguesa no ensino médio, analisamos 2.434 horas de aula previamente registradas em diário de campo e que foram ministradas de 2006 a 2008 em 61 escolas públicas na capital de São Paulo. A análise dos dados mostrou que a literatura foi o conteúdo privilegiado em metade das aulas, e a gramática, em um quarto delas. Apenas 15% do tempo foi utilizado para ensinar a escrever, preferencialmente o texto não dissertativo. Assim, a pesquisa constatou que o ensino da escrita do texto dissertativo vem sendo negligenciado. Apenas 6% do tempo das aulas de língua portuguesa foi dedicado à exposição das características desse tipo de texto, seguida da demanda de produção escrita. Os momentos dedicados à correção coletiva e à reescrita foram praticamente inexistentes e aqueles dedicados a fazer uma reflexão prévia à prática da escrita, raríssimos. Frente às repetidas denúncias dos graves problemas de escrita que se encontram nos textos dos egressos do ensino médio, incapazes de vencer as barreiras dos vestibulares das universidades públicas, fica um alerta para os formadores de professores e para os pesquisadores que se dedicam ao ensino da escrita.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados