Brasil
Pretende-se, neste estudo, pensar dialeticamente as categorias; educação, cultura e conscientização a partir das contribuições de Freire e Gramsci. Para tal, parte-se de uma crítica antiga, todavia, mais do que nunca necessária aos dias atuais. Trata-se do discurso ideológico da neutralidade na educação. Levantes (políticos) reacionários, como o Escola sem partido, demonstram a necessidade de manter viva a discussão. O percurso textual traz a premissa de que, uma vez que não existe neutralidade, e a sociedade seja lugar de disputa, a escola, por sua vez, também o é. Diante disso, coloca-se a necessidade de que professores e professoras – militando por sua formação, para além do estritamente didático-instrumental –; afinados com os interesses da classe trabalhadora-oprimida, com sua conscientização, compreendam o processo educacional em suas múltiplas dimensões dentre as quais destacam-se: (i) a científica, técnica e instrumental e a; (ii) social-crítica. Ou seja, faz-se necessário oferecer, rigorosamente o ensino dos conteúdos historicamente sistematizados pela humanidade na mesma medida em que sua análise deva ser feita partindo da realidade atual, concreta que se mostra efervescente na sala de aula e não pode ser ignorada. Isto é, faz-se preciso sistematizar o trabalho educacional de modo que suas partes indicotomizáveis sejam cada vez mais (e intencionalmente) solidárias entre si. Dessa forma, o ensino de conteúdos históricos (passados e atuais, locais e globais) e a análise da realidade concreta por meio da ferramenta adquirida (o conhecimento dos conteúdos) colocam-se como, dentre outros, para além da escola, instrumentos de formação de consciência crítica.
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