Este trabalho procurou analisar diferentes fatores que poderiam explicar o fracasso escolar na 1ª série do 1º grau. É um estudo em profundidade realizado em duas unidades escolares da rede pública de ensino - uma carente e outra não carente. Foram coletados dados dos alunos através de exames clínicos padrão, fonoaudiológico e audiométrico e testes psicológicos; das famílias, dos professores, assistentes pedagógicos, diretores, e da escola através de entrevistas e de observações de campo. A conclusão a que se chegou é de que se torna difícil imputar as causas da reprovação a uma ou algumas variáveis referentes a um dos elos da cadeia que é o processo educacional escolar. Mas pelas análises do instituído escolar face às variáveis das famílias e dos alunos parece ser claro que a escola pública que tem recebido contingentes cada vez maiores de alunos desfavorecidos socialmente não está preparada e nem parece ter a intenção de se preparar para trabalhar com a pobreza. O que a escola tem feito é equipar-se para escolarizar uma criança ideal, que dificilmente, ou nunca, se encontra em suas salas de aula.
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