O Instituto Nacional de Estatística de Portugal indica que existem 10,80% de alojamentos familiares clássicos vagos e 18,42% de alojamentos familiares clássicos de uso sazonal (num total de cerca de 30% de habitações em excesso). Estes dados referem-se ao ano de 2001 sabendo-se que na última década estes valores ainda aumentaram substancialmente. Face ao exposto e à atual conjuntura económica portuguesa facilmente se infere que nos próximos anos haverá um grande investimento na reabilitação em detrimento da construção nova.
Na reabilitação do edificado existem aspetos que parecem secundários e que são de importância fulcral para o conforto e para a economia dos seus utilizadores. Com efeito, a reabilitação é uma oportunidade de substituir alguns equipamentos nomeadamente torneiras, chuveiros e autoclismos por outros de elevada eficiência hídrica e de comtemplar os espaços com soluções económicas e inovadoras tais como sistemas de reutilização de água e de aproveitamento de água pluvial que contribuem igualmente para a eficiência hídrica das habitações.
A eficiência hídrica está intimamente ligada à eficiência energética pois a utilização de equipamentos que consomem menores volumes de água (embora cumprindo os requisitos de conforto necessário na sua utilização) implica a redução do consumo de energia para o seu transporte e aquecimento e a redução da emissão de gases com efeito de estufa.
Os elevados preços da água e da energia, que se prevê que continuem a aumentar, fazem com que estas práticas tenham um elevado impacto no custo de utilização dos edifícios e só não constituem prática corrente por um lado por desconhecimento técnico de algumas soluções e por outro por haver ainda necessidade de investimento em investigação nestes domínios.
Neste artigo apresentar-se-ão os resultados de um trabalho que pretende quantificar a economia de água, de energia e de CO2 obtida ao fazer-se a substituição de equipamentos sanitários por outros mais eficientes do ponto de vista hídrico numa habitação unifamiliar.
A habitação em estudo é recente pelo que já utilizava equipamentos de elevada eficiência hídrica e ainda assim, com uma escolha mais criteriosa desses equipamentos conseguiu-se obter uma poupança de cerca de 12% no consumo de água e sensivelmente o mesmo valor para o consumo de energia e para a libertação de CO2.
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