Socorro, Portugal
Depois do golpe de Estado em Portugal, a 25 de Abril de 1974, começámos, nos países africanos ainda colónias de Portugal, a estudar os “nossos” escritores. Andava eu ainda no liceu e naquele tempo não me lembro de termos estudado autores brasileiros e muito menos africanos. Por isso, na altura, uma questão que me intrigou q uando tive contacto com os primeiros textos africanos, foi a palavra estória – em vez de conto – para referir narrativas curtas. Primeiro pensei tratar-se de mais um “africanismo” (explicação então em voga para qualquer “desvio”); depois, quando fui aprofundando o estudo das literaturas africanas, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, como aluna do Professor Manuel Ferreira, esta questão nunca foi referida como “problema” e, por isso, a designação “naturalizou-se”… Até que me tornei estudiosa dessas literaturas, já então conhecedora da presença do termo na literatura brasileira.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados