Este artigo propõe uma discussão teórico-metodológica sobre a Etnogeomorfologia, enfoque de cunho geográfico-etnográfico, que visa a compreensão da forma como os produtores rurais de cultura tradicional entendem os processos geomorfológicos, como usam este conhecimento para o manejo do ambiente em que vivem (em especial o conhecimento sobre erosão de solos, movimentos gravitacionais de massa e assoreamento em relação aos cultivos de subsistência e à pecuária) e se, e como, utilizam esses saberes para algum tipo de taxonomia geomórfica. Para isso, é apresentada uma abordagem metodológica para nortear o desvendamento, a compreensão e a sistematização, com base científica, de todo um conjunto de teorias e práticas relativas ao ambiente, oriundas de uma experimentação empírica, e que contribui para orientar a inserção e o desenvolvimento de pesquisas junto a estas comunidades. Esta proposição metodológica pode ser utilizada para subsidiar políticas públicas de planejamento e gestão ambientais, sob a ótica do desenvolvimento local, assim como na Educação Básica voltada à compreensão das formas e processos geomórficos, partindo do pressuposto de que as informações que as pessoas possuem sobre seu ambiente, e a maneira pela qual elas categorizam essas informações, vão influenciar seu comportamento e seu aprendizado em relação a ele.
This article proposes a theoretical and methodological discussion on Ethnogeomorphology, geographic and ethnographic approach, aimed at understanding how the farmers of traditional culture understand the geomorphological processes, how they use this knowledge to manage the environment in which they live (especially knowledge about soil erosion, gravitational mass movements and siltation in relation to subsistence crops and livestock) and whether and how they use this knowledge to some kind of geomorphic taxonomy. For this, a methodological approach is presented to guide the unveiling, understanding, and systematization, science-based, a whole set of theories and practices relating to the environment, arising from an empirical experimentation, and helps to guide the insertion and the development of research with these communities. This methodological proposition can be used to support public policies for environmental management, from the perspective of local development, as well as basic education focused on understanding the ways and geomorphic processes, assuming that the information that people have about their environment, and the way they categorize this information will influence their behavior and their learning about him.
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