Noites nada mornas de Dina Salústio: a oportunidade do diálogo

• Salgado, Maria Teresa ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Rio de Janeiro

     Universidade Federal do Rio de Janeiro

     Brasil

     
• Localización: Abril: Revista do Estudos de Literatura Portuguesa e Africana - NEPA UFF, ISSN-e 1984-2090, Vol. 1, Nº. 1, 2008 (Ejemplar dedicado a: REPRESENTAÇÕES CONTEMPORÂNEAS DA SUBJETIVIDADE), págs. 36-40
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Nights not warm at all by Dina Salústio: the opportunity of dialogue
• Enlaces
  • Texto completo (pdf)
• Resumen
  • English

    Based on the short-stories from Mornas eram as noites, by the Cape-verdean fictionist Dina Salústio, I aim at discussing the declarations of some contemporary African writers with the support of Walter Benjamin and Tzvetan Todorov. I refer not only to Salústio, but also to African poets and fictionists who witness the difficulty in undertaking themselves as contemporary writers, claiming the condition of storytellers or spokeswomen of experiences, proving thus the valorisation of emotion. I conclude that the tales of Salústio significantly renew the Capeverdean fiction, dramatizing the tension between fiction and society, by means of a narrator absolutely committed with the experiences of the characters who are taken from the  surrounding world – women, children and handicapped men-, at the same time that promotes a re-reading of traditional Capeverdean themes, like insularity, evasion and poverty.

  • português

    A partir de alguns dos contos de Mornas eram as noites, da ficcionista cabo-verdiana Dina Salústio, procuro discutir, com auxílio de Walter Benjamin e Tzvetan Todorov, as declarações de algumas escritoras africanas na contemporaneidade. Refiro-me não só a Salústio, mas também a poetas e ficcionistas africanas que testemunham sua dificuldade em assumir-se como escritoras na atualidade, reivindicando a condição de contadoras de estórias ou porta-vozes de experiências, atestando, dessa forma, uma valorização da emoção. Concluo que os contos de Salústio renovam significativamente a ficção caboverdiana, dramatizando a tensão entre ficção e sociedade, por meio de um narrador absolutamente comprometido com as experiências das personagens que flagra no mundo circundante – mulheres, crianças e homens desvalidos -, ao mesmo tempo em que promovem uma releitura de temas tradicionais da literatura cabo-verdiana, como insularidade, evasão e miséria.