Eliane Garcia Rezende, Nadja Maria Gomes Murta, Marcelo Lacerda Rezende, Nayara Cunha Junqueira Morais, Maria Helena Vilas Boas Concone
Os alimentos guardam na vida social expressões simbólicas, traduzindo sentimentos de alegria ou mágoa, ou expressando congratulações em ocasiões vividas pelo grupo familiar ou de amizade, e também expressões de regionalidade e identidade local. Cidades do Brasil Central e do Sul de Minas Gerais nas regiões de cerrados guardam lembrança de cavaleiros em época de Semana Santa, levando balaios carregados de marolo que eram vendidos em ruas e em praças, época da fruta madura. Este estudo descreve a relação do homem com o Marolo (Annona crassiflora Mart.; araticum - fruta do cerrado), sua inserção na vida sociocultural e econômica de famílias do Sul de Minas Gerais. É um estudo descritivo exploratório e qualitativo. Utilizamos o critério de saturação de dados para definir o número de participantes; realizamos nove entrevistas, buscando seguir a cadeia produtiva da fruta, incluindo produtores, comerciantes e cultivadores de mudas do maroleiro. O “trabalhar com o Marolo” segue tradição, oferece identidade as famílias, e todos se envolvem desde a colheita à comercialização dos produtos. A fruta é re-significada na região como patrimônio cultural, faz interface com a religião na época da safra, renova sociabilidade na comercialização das frutas e derivados e torna os “maroleiros” símbolo da cidade de Paraguaçu (MG).
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