Brasil
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Os alimentos guardam na vida social expressões simbólicas, traduzindo sentimentos de alegria ou mágoa, ou expressando congratulações em ocasiões vividas pelo grupo familiar ou de amizade, e também expressões de regionalidade e identidade local. Cidades do Brasil Central e do Sul de Minas Gerais nas regiões de cerrados guardam lembrança de cavaleiros em época de Semana Santa, levando balaios carregados de marolo que eram vendidos em ruas e em praças, época da fruta madura. Este estudo descreve a relação do homem com o Marolo (Annona crassiflora Mart.; araticum - fruta do cerrado), sua inserção na vida sociocultural e econômica de famílias do Sul de Minas Gerais. É um estudo descritivo exploratório e qualitativo. Utilizamos o critério de saturação de dados para definir o número de participantes; realizamos nove entrevistas, buscando seguir a cadeia produtiva da fruta, incluindo produtores, comerciantes e cultivadores de mudas do maroleiro. O “trabalhar com o Marolo” segue tradição, oferece identidade as famílias, e todos se envolvem desde a colheita à comercialização dos produtos. A fruta é re-significada na região como patrimônio cultural, faz interface com a religião na época da safra, renova sociabilidade na comercialização das frutas e derivados e torna os “maroleiros” símbolo da cidade de Paraguaçu (MG).
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