Apresenta-se, neste artigo, um contributo para a história da gramática escolar portuguesa, enquadrado noutras investigações relativas ao ensino da gramática do Português e com o objectivo de permitir a compreensão da tradição gramatical. Sabendo que os suportes mais correntes dessa tradição são os compêndios de gramática, faz-se a sua descrição histórica, procurando descobrir, a partir de um corpus de 21 manuais de gramática, a evolução que eles apresentam ao longo do seu percurso editorial. Assume-se, como hipótese de investigação, que a publicação (e sobretudo a reedição) de uma gramática escolar, no contexto actual e de acordo com os estudos realizados, não implica mudança estrutural nos textos gramaticais escolares, pois ela é inexistente numa grande maioria dos casos (67%) e superficial ou parcial nos restantes (33%), podendo concluir-se que a tradição gramatical, ou o mito da gramática, tem sobretudo uma justificação de natureza histórica.
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