Alguns poetas neoclássicos, pondo em prática um dos traços orientadores da estética arcádica, a imitação comedida dos clássicos, encontraram na literatura antiga um género -o epigrama-que lhes facultava lançar a crítica mordaz, de modo cirúrgico, sem sacrificarem o estilo natural, outro dos dogmas que profesavam.
Breve, conciso, engenhoso, o epigrama possui, em simultâneo, a arte do pequeno e do profundo; mais sério e variado entre o gregos, adquiriu carácter mordaz;, entre os romanos. De tipo funerário, erótico ou votivo, entre os primeiros; em Roma, onde o grande mestre é Marcial, resulta satírico, jocoso, invectivo.
O epigrama, no período neoclássico, funcionou como uma espécie de forma que moldou a poesia satírica de poetas como Filinto Elísio, Cruz e Silva, Bocage, cujos poemas possuem não só a mesma uis comica dos epigramas de Marcial mas também processos semelhantes nas técnicas de composição.
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