Meu objetivo neste artigo é construir sobre o ensaio fundamental de Linda Nochlin, precisamente intitulado “Mulher, Arte e Poder” (1988), em que a autora investiga de forma convincente as relações dessa tríade. Em suas palavras, ela “desembaraça vários discursos sobre as relações de poder existentes nas diferenças de gênero simultaneamente – a superfície tanto quanto o substracto – o discurso da iconografi a ou da narrativa”. Proponho estender a análise de Nochlin, de alguma forma a mais, sem deturpar suas premissas, introduzindo uma mudança de foco no debate, da análise da representação de mulheres por artistas do sexo masculino, para o papel da mulher na arte contemporânea, ou seja, da mulher como objeto de representação para a mulher agente e sujeito da representação. Essa situação ganhou, efetivamente, um signifi cado mais amplo a partir do final dos anos 1980. Sugiro, a partir da visualização de algumas imagens, que isso pode ser compreendido no contexto de produção de narrativas de empoderamento das mulheres ou, alternativamente, de criação de narrativas de contrapoder.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados