Catherine Dupont, Ana Cristina Araújo
Um concheiro não constitui uma massa inerte de conchas sem qualquer organização interna. Os métodos de amostragem utilizados no decurso do processo de escavação do concheiro mesolítico de Toledo (Portugal), com a conservação dos refugos decorrentes do processo de crivagem, permitiram obter uma imagem completa da componente malacológica acumulada nesta jazida. A análise realizada aos restos marinhos - classificação taxonómica, quantificação e biometria - permitiu detectar diferenças na composição e representação das espécies no interior da área escavada, as quais dão indicações importantes não só sobre as estratégias de recolha e de selecção adoptadas pelo grupo, como do meio ambiente que os rodeava. Esta análise veio também demonstrar que os moluscos acumulados no sítio não se relacionam apenas com a alimentação do grupo, assim como as conchas perfuradas não constituem todas objectos de adorno pessoal.
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