A escola, como organização educativa, deveria ser um lugar onde a colaboração constituiria uma característica do seu funcionamento. No entanto, o que constatamos é que o individualismo tem sido a cultura dominante, e que as suas raízes permanecem vivas, apesar de um grande número de reformas, que afectam hoje o trabalho docente, apontarem para esta nova cultura escolar. Com efeito, a colaboração é frequentemente proposta como a solução para os problemas da escolaridade contemporânea, impregnando os discursos de políticos e educadores, sendo objecto de forte apologia oficial, designadamente na área educativa. Todavia, as vantagens frequentemente apontadas não se referem a todos os tipos e formas de colaboração, o que torna mais imperiosa a tarefa de reflexão cuidada sobre as suas potencialidades, limites e ambiguidades.
A relativa escassez de projectos de colaboração espontânea e de formas fortes de colaboração deve-se, entre outras razões, à própria tradição da formação, que tem estado focada na figura do professor, vista na sua vertente individual, achando-se em falta a faceta da formação centrada no grupo, levando ao desenvolvimento de projectos em comum, à discussão de metodologias e formas de trabalho em conjunto, que deve ser tida em conta na concepção de dispositivos de formação.
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