Educação para a saúde ocupacional: Do trabalho às escolas

• Marlene Mendes ^[1]
  1. [1] Universidade Lusófona

     Universidade Lusófona

     Socorro, Portugal

     
• Localización: Promoção e educaçã opara a saúde: Inovação paraa sustentabilida de e o bem-estar / coord. por Marcelo Coppi, Hugo Oliveira, Ana Maria Cristovão, Jorge Bonito, 2025, ISBN 978-972-778-439-4, págs. 11-18
• Idioma: portugués
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• Resumen

  • No presente estudo o nosso objetivo é demonstrar que a educação para a saúde ocupacional é essencial para a promoção da prevenção e de uma cultura de segurança e de saúde no trabalho efetivas, respondendo à questão: a educação para a saúde ocupacional pode contribuir para a adoção de comportamentos preventivos e para o fomento de uma cultura de prevenção face à multiplicidade e diversidade de riscos ocupacionais aos quais o (futuro) trabalhador é (ou pode ser) exposto no trabalho aquando da prestação da sua atividade profissional? O nosso estudo tem por base os objetivos preventivos delineados pelo legislador no Direito da Saúde e da Segurança no Trabalho, por meio dos quais se visa não só prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, mas também promover a saúde no trabalho. A revisão da literatura realizada demonstrou, por um lado, a existência de diferentes perceções, culturas (e/ou perspetivas) por parte de trabalhadores e de empregadores perante os riscos ocupacionais. E, por outro lado, demonstra que na atual sociedade do risco ocupacional, a tipologia dos riscos ocupacionais é dinâmica, fruto do constante surgir de riscos ocupacionais novos e emergentes associados a novas formas de prestação de atividade profissional ou aos novos desafios colocados pela tecnologia, pela robótica e pela inteligência artificial no seio de um mercado de trabalho globalizado. Em resultado da análise realizada defendemos a educação para a saúde ocupacional em âmbito escolar, como o meio adequado para a construção de uma cultura de segurança e de saúde no trabalho. A educação dos jovens no que respeita à existência, tipologia e efeitos para a saúde da exposição da pessoa trabalhadora aos vários riscos ocupacionais é benéfica e desejável na medida em que poderá promover a perceção sobre o risco, contribuir para a mudança de hábitos e comportamentos laborais (e, de vida) e contribuir para uma menor incidência de algumas das doenças profissionais, circunstância tanto ou mais importante face ao caráter difuso dos riscos profissionais e ao aumento de fatores de risco psicossocial. A educação para a saúde ocupacional dota os jovens de competências e habilidades que lhes permitem estar alerta e ser parte interessada na prevenção dos riscos ocupacionais contribuindo para a promoção de uma cultura de saúde e segurança ocupacionais. A prevenção começa com a educação.