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Resumen de Implementação, dinamização e avaliação de uma pedagogia b-learning no Instituto Superior de Ciências Educativas de Portugal

Ricardo Filipe Damião Martins

  • O blended learning (b-learning) entrou definitivamente no léxico dos Sistemas Educativos Mundiais, designadamente nos países do Espaço Europeu de Ensino Superior ¿ EEES.

    Será necessário percebermos como tem evoluído o denominado ensino a distância (EaD), desde a revolucionária tele-escola, passando pelo ensino por correspondência, até chegarmos aos dias de hoje onde já são estudadas variantes do b-learning, assentes numa acepção de Rede como um espaço social de aprendizagem comunitária colaborativa - c-learning (Casamayor, G., 2008).

    Analisando a perspectiva apresentada por Séré (2007) quanto à definição de e-learning proposta pela Comissão Europeia, destaca com especial interesse a alusão para o ¿uso das novas tecnologias e da internet para melhorar a qualidade da aprendizagem e facilitar o acesso a recursos e serviços, assim como aos intercâmbios e à colaboração à distancia (p.204)¿.

    Hoje, começa a ser consensual que o ensino não deve descurar as potencialidades que as ferramentas tecnológicas nos possibilitam no acesso à informação e na aproximação das pessoas. Nesta perspectiva, a Web 2.0, designada pela Web das pessoas, veio recolocar o enfoque na interacção social em detrimento do registado até então, 2004, onde os dados assumiam especial relevância. A bidireccionalidade promove assim a inclusão no estudante no processo, assumindo individualmente ou em grupo a criação e gestão do conhecimento.

    Ao analisarmos a estratégia assumida pelos países signatários da Declaração de Bolonha (1999), verificamos uma aposta clara em transformar a Europa na Sociedade do Conhecimento, promovendo-se desta forma o crescimento social e humano. Para tal, diversas têm sido as reflexões ao longo dos últimos 12 anos promovidas no seio da Comunidade Europeia procurando incentivar-se a incorporação dos processos de ensino e aprendizagem recorrendo às TIC e a plataformas de EaD.

    Se inicialmente estes avanços foram assumidos de forma isolada e experimentalmente pelas IES, como foi o caso da Open University (1969) em Inglaterra, hoje grande parte das Instituições de Ensino Superior tradicionais oferecem a possibilidade de frequência de módulos/unidades curriculares ou mesmo Ciclos de Estudo à Distância.

    Um dos principais desígnios assumidos no EEES foi a promoção de um espaço de actuação colaborativa na promoção de ciclos de estudo entre várias IES. Esta realidade só se revela possível e sustentada se se encontrarem modelos e formas de comunicação permanente, recorrendo-se a ambientes de aprendizagem baseados em plataformas de e-learning e i-learning.

    As aprendizagens necessárias na Sociedade do Conhecimento, como grande desafio dos nossos tempos, têm de se construir sobre os seguintes pilares celebrizados por Delors (1996): a) aprender a conhecer; b) aprender a fazer; c) aprender a conviver; e d) aprender a ser. São muitos os desafios que as Instituições de Ensino Superior se debatem actualmente, especialmente no que se refere ao acompanhamento das transformações sociais, culturais e económicas, onde as preocupações ambientais e cívicas assumem destaque, onde a integração e inclusão social são um problema real, onde a formação ao longo da vida passou a ser uma necessidade incontornável, onde os cidadãos passaram a viver num ambiente interactivo e, por vezes, virtual e onde a Globalização fez emergir cidadãos ¿nómadas profissionais¿, ganhando a geografia laboral uma nova dimensão.

    É neste contexto que emerge a necessidade de se desenvolverem investigações sólidas que nos forneçam dados que nos permitam abordarmos as vantagens e desvantagens de integrarmos o b-learning nos projectos Científicos e Culturais das IES, em especial pegando-se no conceito de b-learning assumido por Bonk e Graham (2006) e tentarmos perceber as suas implicações sociais, nomeadamente em Portugal, país marcado por uma crise económica sem paralelo, com uma visível e drástica redução dos apoios sociais a estudantes, emergindo uma grande percentagem de estudantes-trabalhadores. Outros aspectos deverão nortear as nossas reflexões futuras, nomeadamente a urgência social de se combater a desertificação do interior e ilhas, o aproveitamento do «mundo lusófono» e da língua portuguesa como motor de desenvolvimento e crescimento e a preparação que a academia dá aos seus estudantes para ingressarem na actividade profissional.

    As novas gerações e em especial as futuras cresceram (e crescerão) a utilizar múltiplas aplicações informáticas, nomeadamente a internet. Hoje, os nossos jovens ¿saltitam¿ entre o e-mail, blogs, redes sociais e jogos virtuais à velocidade de um clique, denotando destrezas e competências informáticas e informacionais que deverão ser pelo mundo académico entendidas. Já em 1997, Tapscott chamou a atenção para esta emergente realidade, apelidando-os de Geração Net (Netgeneration), alertando para uma maior exigência evidenciada por esta geração, comparativamente com anteriores.

    Este alerta deve motivar o surgimento de reflexões e estudos que emerjam no seio da academia, pois se por um lado a sala de aula continua a ser um espaço privilegiado para o contacto interpessoal e para a obtenção de alguns resultados de aprendizagem, por outro lado a motivação que os espaços virtuais geram nas novas gerações deve ser aproveitado e potenciado, nomeadamente no que concerne ao controle de ritmos de aprendizagem, acesso rápido a informação, vasta biblioteca virtual e fluida (e diversificada) comunicação interpessoal. Peres e Pimenta (2011) têm alertado para esta necessidade de reflexão, nomeadamente quanto à ¿diversidade operacional facultada pelos ambientes Web¿, resultando novas ¿abordagens na utilização das plataformas de e-learning para suportar a organização curricular, o desenvolvimento de competências gerais e específicas e a criação de um centro de recursos didácticos¿ (p.23).

    Mas este trabalho não assenta exclusivamente numa análise integrada dos novos modelos institucionais (ao nível estrutural, qualitativo e financeiro) e das novas gerações de estudantes, assume também uma preocupação em entender como tem decorrido a integração e assumpção deste novo paradigma educativo por parte dos docentes, muitos deles com numerosos anos de experiência profissional numa outra realidade e num outro contexto. Como tem decorrido esta Mudança? Com que motivação encaram o futuro?


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