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Resumen de Esplendor escravocrata / madrugada camponesa em Cabo Verde (séc. XV-XVIII)

António Leao Correira e Silva

  • español

    Esta tesis pretende explicar por qué la historia de Cabo Verde integra dos trajectorias específicas que la singularizan. La primera consiste en el hecho de haber representado una ruptura en la línea cuatrocentrista de colonización ibérica de las islas de la Macaronesia. Basados en la proximidad geográfica y en la similitud climática, los colonos pudieron reproducir el modelo de sociedad existente en la Penísula Ibérica en los tres archipiélagos del Norte. Pero no lo lograron en el del Sur. Cabo Verde fue el lugar donde estas líneas de continuidad fueron quebradas por el peso de la diversidad del clima y del atractivo comercío con la costa guineana. Con ello se abrió por primera vez un espacio para la construcción de una sociedad de dominio europeo y predominio africano. Una sociedad que se define de modo extensivo y polinuclear como esclavista, basada en la economía agroexportadora de plantación, mercantil, criolla y euroafricana.

    La segunda especificidad es que, habiendo pasado de caso aislado a constituir un modelo social dominante en el Atlántico (en las Antillas, Colombia, Brasil,etc), Cabo Verde fue también el lugar donde este modelo de sociedad falló más tempranamente, tornándose mayoritariamente campesino, bastante antes de la abolición de la esclavitud. Esta “salida” caboverdiana, además de precoz, fue rara en el mundo atlántico, pues lo más común fue la proletarización de los esclavos y sus descendientes, manteniendo y reconvirtiendo la economía de plantación.

    En esta tesis se analiza un proceso de cambio social estructural que abarca tres siglos (XV a XVIII) sobre la base de un amplio conjunto de fuentes que sustentan novedosas hipótesis explicativas.

  • English

    This doctoral dissertation offers an analysis of the History of Cape Verde interpreted as a singular process which combines two specific departures from the common pattern found in other colonial societies. Capeverdian history represents, in the first place, a departure from the 14th century pattern of Iberian colonization of the Macaronesian islands. On the basis of their geographical proximity and climatic similarity, the early colonists were able to reproduce the social model characteristic of the Iberian peninsula in the three northern archipelagos. But they were unable to do the same in the southern one. Cape Verde represents in this respect a break in this pattern owing to the climatic diversity and the attractiveness of the trade with the Guinean coast. Thus a space was for the first time created in which a predominantly African society was built under European domination. A society defined in an extensive and polinuclear way as a slave-based society characterised as a plantation economy, of an agro-export mercantile type; a Creole Euro-African society.

    The second departure refers to the fact that, having been transplanted as the dominant social model in the Atlantic region (in the Antilles, Colombia, Brazil, etc), Cape Verde was also the first place where this type of society failed earlier, becoming a predominatly peasant society already before the abolition of slavery. Besides its early development, this capeverdian “way out”, was rare in the Atlantic world, where the most common change was the proletarianazation of the slaves and their descendants, preserving or reforming the plantation economy.

    This work offers an analysis of a process of social change that covers three centuries (XV to XVIII) and is based on a wide array of sources which justify new explanatory hypotheses.

  • português

    Abstract Esta tese pretende explicar o porquê de a História de Cabo Verde encerrar duas especificidades de trajetória que a singularizam. A primeira consiste no facto de ela ter representado uma rutura na linha quatrocentista de colonização ibérica das ilhas da Macaronésia. Baseados na proximidade geográfica e na similitude climática, os colonos puderam reproduzir o modelo de sociedade existente na Península Ibérica nos três arquipélagos do Norte. Mas não o lograram no do Sul. Cabo Verde foi o lugar, onde estas linhas de continuidade foram quebradas pelo peso da diversidade do clima e da atratividade do comércio com a Guiné. Com isso, abriu-se, pela primeira vez, o espaço à construção de uma sociedade de domínio europeu e de predomínio africano. Uma sociedade que definimos de modo extensivo e polinuclear como sendo escravocrata, tendo na base a economia agroexportadora de plantação, mercantil, crioula e euroafricana.

    A segunda especificidade é que, tendo passado de caso a modelo societal dominante no atlântico (nas Antilhas, Colômbia, Brasil, etc), Cabo Verde foi também o local, onde este tipo de sociedade faliu mais precocemente, tornando-se maioritariamente camponês, bem antes da abolição da escravidão. Esta “saída” cabo-verdiana, além de precoce, foi rara no mundo atlântico, pois o mais comum foi a proletarização dos ex-escravos e seus descendentes, mantendo e reconvertendo a economia de plantação.

    Nesta tese, analisámos um processo de mudança social estrutural que cobre três séculos (XV-XVIII) e demanda um enorme esforço de mobilização de fontes e uma não menor capacidade de formulação de hipóteses explicativas.


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