O Convento de S. Francisco da Cidade, implantado sobre o Tejo, encontra-se repleto de tradições-históricas que à muito ultrapassaram a memória dos lisboetas.
O espaço urbano que ocupava e as construções nele edificadas, são a imagem subtil dos muitos episódios, reflectindo o ambiente e as vivências neles existidos. A Igreja de S. Francisco torna-se assim a principal referência da memória histórica perdida.
Por isso, conjugar sustentabilidade com intervenção de conservação ou reabilitação, implica considerar o conceito de reconversão, ou seja, um estudo da possibilidade da reutilização do edifício para um novo e diferente uso da sua função inicial.
São analisados os sistemas construtivos o estado de conservação e detectadas as várias intervenções e transformações realizadas ao longo dos tempos, compreendendo assim as suas qualidades que poderão ter sido integradas no novo tecido construtivo ou da possibilidade de as reconverter.
O presente trabalho tem como objectivo uma proposta de Intervenção e Revitalização, na base de um conjunto de princípios de concepção e desenvolvimento relacionadas com a conservação do património histórico potencialmente adequadas. Para tal a relevância e o enaltecer da sua Igreja torna-se uma precedência imperativa da recuperação da memória histórica.
Por outro lado, a importância da reabilitação nas intervenções no Património são cada vez mais, susceptíveis de um rápido desenvolvimento dos materiais e técnicas de construção, que se afastaram da prática tradicional, e as descobertas científicas, que colocam novos métodos à disposição de todos aqueles envolvidos na defesa do património, aspectos decisivos na divisão entre a arte da construção e a ciência da conservação e restauro.
Apesar de actualmente existir um reconhecimento da degradação do património, assim como da necessidade na reabilitação de edifícios que embora de não se enquadrarem legalmente como património histórico, se encontram classificados como de interesse público, consciencializa a sociedade da importância da preservação do edificado e da sua memória histórica no crescimento dos núcleos urbanos.
Surge assim, a necessidade de adequar e escolher criteriosamente as estratégias a seguir e a considerar na intervenção a realizar, tomando como base a história e a memória numa escala de diferentes fases e acções, nomeadamente no levantamento, diagnóstico e avaliação do espaço, até às fases finais de desenvolvimento de propostas e projectos, seguindo e justificando uma intervenção de reabilitação através do Tempo, Espaço e Arquitectura.
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