Pretende-se investigar a dimensão ecológica do protesto popular. Como objecto de estudo elege-se um conflito entre pequenos proprietários rurais e uma empresa mineira na região portuguesa da Beira Baixa, entre 1974 e 1980. A disputa manifestou-se a partir da Revolução de 25 de Abril de 1974; aproveitando a oportunidade política do momento, um grupo de populares contestou os planos de exploração mineira da empresa. Na base da argumentação esteve a memória da destruição ambiental desenvolvida no passado por outro consórcio mineiro. Pretende-se estudar os processos de mobilização colectiva e a construção dos instrumentos de protesto baseados na percepção da transformação ambiental e da paisagem, assim como o papel da mudança político-social nacional. Procura-se entender como as estruturas de oportunidade política e a percepção do ambiente, conjuntamente, produzem a acção colectiva de protesto e resistência, e como o conflito local se relaciona com outros níveis de conflitualidade política extra-local.
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