Portugal asiste en la segunda mitad del siglo XX a profundas alteraciones de una estructura social apoyada en comunidades rurales muy aisladas, que se ve confrontada con una fuerte emigración, resultante en muchos casos en su casi desaparición. En este contexto, por el intento de intervenir en esos espacios rurales débiles, han surgido a partir de los años 90 una multiplicidad de incentivos económicos, en consecuencia de los nuevos instrumentos resultantes de la integración europea, particularmente dirigidos hacia el turismo. Esas iniciativas estuvieron en la base de Programas como los de las Aldeas Históricas de Portugal, las Aldeas del Vino del Duero o las Aldeas del Xisto.
Esta investigación pretende reflexionar sobre la “descubierta” de este patrimonio edificado, en particular de las Aldeas del Xisto, situadas en la región centro del país (Beira Interior), como instrumento y recurso para el desarrollo de estos territorios. La estrategia de los diversos programas nos lleva a profundizar las cuestiones del turismo en su relación con la sociedad, con particular importancia de los campos de la sociología, la antropología y la filosofía. También en el sentido de un mejor entendimiento de las especificidades de estos territorios, bien como de su “patrimonalización”, se procura en este trabajo encuadrar y contextualizar estas estructuras físicas y sociales, desde los puntos de vista geográfico, económico y social.
Asumiendo que la valorización de los lugares y de su cultura podrá ser una forma de acción en contextos socioeconómicos deprimidos, la pregunta que se plantea es la de saber hasta qué punto este patrimonio está ganando una dimensión retórica, folclórica y muchas veces escenificada, a pretexto de una estrategia de desarrollo, promoviendo símbolos de singularidad (de una sociedad que les ha dado origen, pero que por cierto ya no existe), solamente como atracciones paisajísticas, gastronómicas o arquitectónicas. Bien como si la actividad del turismo tiene por si solo la capacidad de invertir el actual estado de desertificación y abandono rural.
Es de gran relevancia percibirse hasta qué punto estos proyectos son o no sostenibles. ¿Lo que ocurrirá a estas aldeas sin los fondos comunitarios que tienen para ellas sido dirigidos? ¿Cuál es la real importancia y capacidad de estas unidades sociales y patrimoniales en la sostenibilidad del territorio?
During the second half of the 20th century, Portugal witnessed a deep transformation of a social structure based on very isolated rural communities that, faced with a great emigration, almost disappeared in many cases. In this context, as an attempt to intervene in these weakened rural spaces multiple economic incentives specifically aimed at tourism emerged after the 1990s, a consequence of the new instruments resulting from European integration. Such initiatives laid the foundation of Programs such as the Historical Villages of Portugal, the Wine-Producing Villages of Douro and the Schist Villages.
The present study aims to reflect on the “discovery” of this built heritage, focusing more specifically on the Schist Villages, located in the central region of Portugal (Beira Interior), as an instrument and a resource for the development of these territories. The strategy followed by these programs leads us to probe the way tourism is related with society, with special emphasis on the fields of Sociology, Anthropology, and Philosophy. Furthermore, this study seeks to frame and contextualize these physical and social structures from a geographic, economic, and social perspective in order to better understand the specificities of these territories, as well as their patrimonialization.
As we assume that valuing places and their culture might be a way to take action in depressed socioeconomic contexts, the question is whether this heritage has been acquiring a rhetorical and folkloric dimension, frequently staged under the pretext of a development strategy, promoting singularity symbols (stemming from a society that certainly no longer exists), as mere scenic, gastronomic and architectural attractions. Another question is whether tourism per se is capable of inverting the current state of depopulation and abandonment of rural areas.
It is essential to understand whether or not these projects are sustainable, and to what extent. What will happen to these villages without the community funding that has been channeled to them? What is the actual importance and capability of these social and heritage units in the sustainability of the territory?
Portugal assiste na segunda metade do século XX a profundas alterações de uma estrutura social apoiada em comunidades rurais muito isoladas, que se vê confrontada com uma forte emigração que resulta em muitos casos no seu quase desaparecimento. Neste contexto na tentativa de intervir nestes espaços rurais débeis, surgiram a partir dos anos 90, em consequência dos novos instrumentos resultantes da integração europeia, uma multiplicidade de incentivos económicos, particularmente vocacionados para o turismo.Tais iniciativas estiveram na base de Programas como os das Aldeias Históricas de Portugal, as Aldeias Vinhateiras do Douro e as Aldeias do Xisto.
Esta investigação pretende reflectir sobre a “descoberta” deste património edificado, em particular das Aldeias do Xisto, situadas na região centro (Beira Interior), em Portugal, como instrumento e recurso para o desenvolvimento destes territórios. A estratégia dos diversos programas, leva-nos a aprofundar as questões do turismo na sua relação com a sociedade, com particular importância dos campos da sociologia, da antropologia e da filosofia. Também no sentido de um melhor entendimento das especificidades destes territórios, bem como a sua patrimonialização procuramos neste estudo enquadrar e contextualizar estas estruturas físicas e sociais, do ponto de vista geográfico, económico e social.
Assumindo que a valorização dos lugares e da sua cultura poderá ser uma forma de acção em contextos socioeconómicos deprimidos, a questão que se coloca é a de saber até que ponto, este património tem vindo a ganhar uma dimensão retórica, folclórica e muitas vezes encenada, a pretexto de uma estratégia de desenvolvimento, promovendo símbolos de singularidade, (de uma sociedade que lhes deu origem, mas que seguramente já não existe) apenas como atracções paisagísticas, gastronómicas ou arquitectónicas. Bem como se a actividade do turismo por si só tem capacidade de inverter o actual estado de desertificação e abandono rural.
É de grande importância percebermos até que ponto estes projectos são ou não sustentáveis. O que acontecerá as estas aldeias sem os fundos comunitários que têm sido para elas canalizados? Qual é a real importância e capacidade destas unidades sociais e patrimoniais na sustentabilidade do território?
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