Candido e Freud: fragmentos do vivido em Boitempo I

• Autores: Cleusa Rios P. Passos
• Localización: Scripta, ISSN-e 2358-3428, ISSN 1516-4039, Vol. 23, Nº. 49, 2019 (Ejemplar dedicado a: Antonio Candido: teacher, critic, politician), págs. 69-89
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Candido and Freud: lived fragments in Boitempo I
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• Resumen
  • English

    Antonio Candido focuses on the question of memory in the article “Poesia e ficção autobiográfica” in authors from the state of Minas Gerais, concentrating especially on Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes and Pedro Nava. The objective of this text is to trace Antonio Candido’s analytical proposal related to the first poet mentioned above considering particularly his book Boitempo I, underlining those lived fragments captured from “scenes, stories and emotions from the poet’s childhood”. Candido highlights the construction of such traces, which are created by the adult speaker, that is, the way through which the present acts in the past giving literarily new meaning to it without ignoring different interpretative viewpoints. He also quotes Freud when he retakes J. Guilherme Merquior, thus incorporating psychoanalysis as the theoretical framework. In the wake of criticism, the essayist reaffirms – and goes beyond it – the presence of a lighter mood in Drummond, something different from the whole of his work more focused on the world plot as a spectacle, central idea linked to an association between the I and the culture, but also the “creation of visibility” that can be thought in psychoanalytic terms. In most of his texts, Antonio Candido synthesizes fine reflections that once dismembered open up various interpretative paths. One of those is the intention of this paper.

  • português

    Antonio Candido, no artigo “Poesia e ficção autobiográfica”, enfoca a questão da memória em autores mineiros, centrando-se, sobretudo, em Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Pedro Nava. A leitura aqui pretendida rastreia sua proposta analítica relacionada ao primeiro poeta, mais especificamente a seu livro Boitempo I, sublinhando os fragmentos do vivido, capturados a partir de “cenas, casos e emoções da infância” do poeta. Candido destaca a construção de tais traços pelo eu lírico adulto, ou seja, a forma pela qual o presente atua no passado, ressignificando-o literariamente e sem ignorar diferentes olhares interpretativos, inclusive citando Freud, ao retomar J. Guilherme Merquior, incorporando, portanto, o apoio teórico da psicanálise. Na esteira da crítica, o ensaísta reafirma – e vai além – a presença do humor mais leve em Drummond, algo distinto do conjunto de sua obra e mais voltado para a “trama do mundo como espetáculo”, ideia fulcral vinculada a uma associação entre o eu e a cultura, mas também a um “dar a ver”, que pode ser pensado em termos psicanalíticos. Como na maioria de seus textos, Antonio Candido sintetiza finas reflexões que, desmembradas, abrem aos leitores vários caminhos interpretativos. É um deles que se intenta trilhar aqui.