Brasil
In this paper, we propose a theoretical discussion about one of the most common expedients of differentiation between men, the animalization of the “other”. By the analysis of travel reports and Natural History works of the eighteenth and nineteenth centuries, we seek to demonstrate how challenging the notion of humanity as static attribute had hit directly the conceptions about the origin of man and raised the possibility of a hierarchy of human experience in World. Our efforts led us to face a curious paradox. The eighteenth and nineteenth centuries – who have seen flourish the egalitarian ideals of bourgeois revolutions – will be at the same time, the period in which these values be confined to smaller and smaller groups and that wield a difference and servitude of some under the discourse of equality and freedom by others.
Neste artigo propomos uma discussão teórica sobre um dos expedientes mais correntes de diferenciação entre os homens, a animalização do “outro”. Através da análise de relatos de viagem e de obras de história natural nos sécs. XVIII e XIX, procuraremos demonstrar como a contestação da noção de humanidade enquanto atributo estático atingiu em cheio as concepções sobre a origem dos homens e aventou a possibilidade de uma hierarquização de suas experiências no mundo. Nossos esforços nos levaram a enfrentar um curioso paradoxo: os séculos XVIII e XIX – que viram florescer os ideais igualitários das revoluções burguesas – serão, ao mesmo tempo, o período em que esses valores se confinarão a grupos cada vez menores e em que se empunhará a diferença e a servidão de alguns sob o discurso da igualdade e da liberdade de outros.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados