Com a chegada da família real portuguesa no Brasil, em 1808, as transferências culturais, existentes desde a colonização, se tornaram mais constantes e intensas. Isso se deu devido a duas grandes medidas engendradas por D.João VI: a abertura dos portos e a implementação da imprensa. Apesar dos esforços para o estabelecimento de uma imprensa que reproduzisse aquela feita em Portugal, o que se observou foi uma participação latente da França, que se manifestava socioculturalmente no Brasil desde o restabelecimento das relações cordiais em 1816 e, portanto, se mostrava presente também no jornalismo. A partir da independência, as relações luso-brasileiras ficaram bastante abaladas e a francofilia se impôs na formação do novo Estado-nação. A imprensa brasileira, que se constituiu nas bases do influxo franco-lusitano, conectava culturalmente os três países, fato que inviabiliza a noção de transferências culturais como um movimento eurocêntrico e reforça a ideia recente de que as trocas eram bilaterais ou mesmo multilaterais.
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