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Quem fala por meio do testemunho? Alguns apontamentos teórico-metodológicos sobre a escrita testemunhal a partir da literatura de Primo Levi

    1. [1] Universidade de São Paulo

      Universidade de São Paulo

      Brasil

  • Localización: Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social: ReLMIS, ISSN-e 1853-6190, Nº. 5, 2013 (Ejemplar dedicado a: Búsquedas múltiples, encuentros particulares: conceptos, estrategias e instrumentos), págs. 42-55
  • Idioma: portugués
  • Enlaces
  • Resumen
    • Quando falamos de testemunho pensamos na possibilidade dele revelar a “verdade” objetiva dos eventos, na qual o que importa são os fatos que levariam, por exemplo, à condenação de um sujeito ou governo. Neste ensaio, tentarei explorar brevemente, a partir dos depoimentos memorialísticos do escritor italiano Primo Levi, outra dimensão do testemunho: trata-se dele como produtor de uma verdade proveniente da dimensão subjetiva da vida social, das experiências vividas pelos sujeitos, suas narrativas e simbolizações do sofrimento, individual e coletivo. O testemunho de indivíduos marginais e estigmatizados possui um valor bastante significativo para a sociologia, pois ilustra, mais que uma representação objetiva e acabada de fatos vivenciados, elementos subjetivos que, apesar de possuírem incompletudes e inconstâncias, narram experiências heterogêneas de um determinado trauma. Mas, mesmo considerando o testemunho como instrumento importante de documentação e verificação da realidade histórica, uma problematização deve ser feita: a subjetividade inerente à representação literária diminui ou restringe o valor dos testemunhos sobre experiências de extrema violência? Isto é, que tipos de problemas e lacunas o testemunho do trauma, tomado como documento empírico, poderia suscitar?


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