Este trabalho investiga formas de representação da experiência religiosa pelo documentário contemporâneo brasileiro, privilegiando dois filmes realizados em fins dos anos 90 na cidade do Rio de Janeiro: Santo Forte (Eduardo Coutinho, 1999) e Santa Cruz (João Salles, 2000). Partimos do pressuposto de que mudanças significativas vêm sendo observadas na dinâmica do campo religioso no país - mudanças que caracterizam um progressivo pluralismo. Aqui, interessa indagar os filmes sobre sua atualidade, sobre as formas utilizadas para enfrentar, em suas representações, um momento novo. O que se busca, pois, é cotejar representações mobilizadas no audiovisual com os modos como a religião impregna hoje a sociedade brasileira, e os usos e interpretações que dela se faz. O recorte temático nos permitiu, de salda, contrapontos significativos com os filmes modernos (de meados dos anos 50 a meados dos anos 80) - que contribuíram, através do contraste, para o levantamento de princípios formais muito presentes nos filmes atuais (como a prática do enfoque particularizado e o uso da entrevista como estratégia de abordagem recorrente). Partindo desses traços comuns, buscamos (através da análise pormenorizada dos filmes), contrastar Santo Forte e Santa Cruz noutros aspectos essenciais e, deste modo, contribuir para o estudo de distintas formas de representação da experiência religiosa pelo documentário no Brasil, contemporaneamente
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados