Se a finais da Idade Media a própria Galiza, a sua povoação e ainda a sua língua encarnavam no ideário castelhano a imagem demonizada duma terra incógnita, bárbara e politicamente adversa, desde meados do século XVI os movimentos migratórios, desde a Galiza até às povoações da meseta castelhana, acabariam por mudar essa perceção coletiva. As condições precárias de boa parte da diáspora galega em Castela, assim como a crescente xenofobia resultante da tensão intergrupal, acabaram intensificando a marginalidade da imagem da Galiza no século XVII. Após este novo contexto, boa parte dos atributos negativos herdados de séculos anteriores radicalizaram-se enquanto outros novos abriam caminho: os galegos e as galegas deixaram de ser vistos como rebeldes para se tornarem um paradigma de lacaios, estalajadeiras e aguadeiros do imaginário castelhano. Seguidamente a demonização deviria na ridicularização e, portanto, o ódio em paródia. em jogo.”
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados