A temática dos impérios conheceu nas últimas décadas um novo fôlego, bem patente na edição de importantes estudos de análise de um quadro imperial específico ou de âmbito comparativo; nas inúmeras edições relativas às independências ibero-americanas; mas também na publicação de artigos em revistas especializadas que pretendem interrogar quer a teoria e a história dos impérios, quer o próprio objecto "império". Este revigoramento da história dos impérios está, por certo, associada em parte ao surto da Atlantic history, da world history e da global history - e às críticas que lhes são dirigidas -, mas decorre igualmente da constatação de que não é possível pensar a história mundial sem uma referência às formações e às ideologias imperiais, pelo que importa analisar a emergência da ideia de "império", o conteúdo do conceito, as heranças culturais e as mútuas influências e a articulação entre a teoria e a prática políticas, sobretudo a partir do século XV, quando entraram em cena novos tipos de construções imperiais decorrentes da expansão ultramarina europeia, os impérios "marítimos", geograficamente descontínuos. Neste contexto historiográfico, uma das vertentes mais dinâmicas é aquela que, na esteira de obras pioneiras como as de Jacques Godechot e Robert Roswell Palmer, que chamaram a atenção para a necessidade de se pensar a unidade do mundo atlântico, tem colocado no centro da pesquisa e dos debates o "Atlântico das revoluções". De facto, inúmeros estudos dados à estampa em anos próximos têm interrogado e revisitado o impacto das reformas ensaiadas na centúria de Setecentos, sobretudo nos espaços ibéricos, das "frondas" e revoltas e das guerras napoleónicas na gradual transformação das relações entre os centros políticos europeus e as suas periferias, em particular as americanas, e na desagregação imperial no mundo atlântico na viragem para um novo século.
O “espaço público” e a opinião política na monarquia portuguesa em finais do Antigo Regime: notas para uma revisão das revisões historiográficas
págs. 17-29
págs. 31-58
A heráldica municipal portuguesa entre o Antigo Regime e a monarquiaconstitucional: reflexos revolucionários
págs. 59-88
págs. 89-117
Um Baiano na Setembrizada: Vicente José Cardoso da Costa (1765-1834)
págs. 119-136
Circulação de conhecimentos científicos no atlântico. De Cabo Verde para Lisboa: Memórias escritas, solos e minerais, plantas e animais. Os envios científicos de João da Silva Feijó
págs. 137-160
págs. 161-178
Azogueros portugueses en aullagas a fines del siglo XVIII: Francisco Amaral
págs. 179-192
Um europeu nos trópicos: Sociedade e política no rio joanino na correspondência de Pedro José Caupers
págs. 193-213
Em “busca de honra, fama e glória” na Índia oitocentista: circulação e ascensão da nobreza portuguesa no ultramar
págs. 215-240
págs. 241-262
Remanejamento de identidades em um contexto de crise: as Minas Gerais na segunda metade do século XVIII1
págs. 263-280
págs. 281-289
República de Mazombos: sedição, maçonaria e libertinagem numa perspectiva atlântica
págs. 291-321
La ilustración posible en la Lima setecentista: Debates sobre el alcance delas luces en el mundo hispánico
págs. 323-346
págs. 347-383
Experiencia y memoria de la Revolución de 1808: Blanco White y Vicente José Cardoso da Costa
págs. 385-406
Política y politización en la España noratlántica: caminos y procesos (Galicia, 1766-1823)
págs. 407-437
págs. 439-462
págs. 463-481
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