Síntese da tradição gramatical clássica e renascentista, a obra de Manuel Álvares, De institutione grammatica, conheceu um singular destino que se assinala não apenas pela extensão de tempo (vários séculos) em que continuou a sair dos prelos, e foi lecionada e discutida, mas também pela ampla difusão em espaços tão longínquos da Europa como o México ou Japão. No espaço português, a obra não era única e não tardaram a surgir outras com opções metodológicas e pressupostos radicalmentediferentes. O êxito da obra de Álvares, aliás, corre a par de uma contestação que se agudiza no séc. XVIII2. Será preciso esperar pelo séc. XX para que alguns investigadores tenham reapreciado a obra sob pontos de vista diversos. Recorde-se, com efeito, oestudo de Emilio Springhetti (1967) que deu o devido relevo à sua receção e que avançava um número superior a meio milhar de edições da obra de Álvares em diversas geografias. Investigações mais recentes, contudo, mostraram que o número será sem dúvida superior. Posteriormente outros autores encetaram caminhos de investigação que colocaram a obra em lugar cimeiro no âmbito da historiografia linguística portuguesa
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