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Arquitetura e crítica

Imagen de portada del libro Arquitetura e crítica

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Índice




  • Índice de conteúdos:


    Introdução à problemática da crítica
    O sentido da crítica 9
    As origens da crítica
    O ensaio como técnica da crítica


    Matéria e técnica da crítica
    Os espaços da crítica
    Os contextos da crítica
    Os limites da crítica
    Os objetivos básicos da crítica 25
    Crítica e obra criativa
    Teoria e crítica


    Pioneiros
    Positivistas e antimecanicistas
    O surgimento da teoria da arte centro-européia
    Nem auge, nem decadência
    De um esquema de dicotomias a uma ciência da iconologia


    A historiografia operacional do movimento moderno
    As bases metodológicas do movimento moderno
    A obra escrita dos protagonistas
    Sigfried Giedion: a construção de uma historiografia do movimento moderno
    A historiografia oficial da arquitetura moderna
    A continuidade das interpretações da arquitetura moderna: Reyner Banham e Leonardo Benevolo
    Quadro cronológico dos textos básicos da arquitetura moderna


    Existencialismo, fenomenologia, iconologia e marxismo
    A evolução dos estudos iconológicos: Panofsky, Wittkower, Gombrich
    De Edoardo Persico a Ernesto Nathan Rogers: a recuperação do sentido da história
    Christian Norberg-Schulz: a arquitetura como espaço existencial
    Tradições revisionistas do movimento moderno: de Lewis Mumford a Jane Jacobs
    Uma visão crítica dos conceitos de vanguarda e de modernidade: o legado de Walter Benjamin


    A contribuição do estruturalismo
    O estruturalismo nas teorias de Robert Venturi e Aldo Rossi
    As interpretações semiológicas, sociológicas, psicológicas e antropológicas
    Manfredo Tafuri: a crítica ideológica
    Colin Rowe: o formalismo analítico
    Os epígonos das metodologias críticas: Colquhoun, Tedeschi e Waisman


    Últimas interpretações na era pós-estruturalista
    A crítica a partir da desconstrução pós-estruturalista: Peter Eisenman
    A teoria a partir da criação: Rem Koolhaas e a crítica neoliberal
    Estratégias de resistência: Kenneth Frampton, regionalismo crítico e tectônica
    A busca de um novo rigor metodológico: Royston Landau e Micha Bandini
    Uma nova ética para a arquitetura
    A crítica radical norte-americana
    Crítica da arquitetura na América Latina
    Conclusões


    Bibliografia básica

    Bibliografia específica

    Agradecimentos

    Índice onomástico


Descripción principal


  • O que é a crítica? Quais são seus objetivos e seus significados? Ela tem algum sentido? Este livro pretende responder a essas questões de uma maneira concisa e didática, centrando-se nas relações entre arquitetura e crítica. Esta introdução à crítica arquitetônica fornece o contexto necessário para podermos entender os mecanismos utilizados pela crítica, seus limites e seus objetivos. Desde os pioneiros da crítica arquitetônica do século xix até os personagens-chave da historiografia moderna, como Sigfried Giedion, ou os textos de arquitetos protagonistas, como Adolf Loos ou Le Corbusier. Desde as diferentes interpretações derivadas do existencialismo, da fenomenologia, da iconografia ou do estruturalismo, até o atual panorama pós-estruturalista, em que se destacam nomes como Peter Eisenman, Rem Koolhaas ou Kenneth Frampton, em um percurso ao longo do século xx que permite compreender as chaves utilizadas pela crítica desde as suas origens até a atualidade.

Extracto del libro



  • Texto da introdução:

    ‘Introdução à problemática da crítica

    ‘Sócrates.
    Deparei com uma dessas coisas que o mar arremessa; branca, de uma brancura puríssima, espelhada e dura, suave e leve... Quem te fez?, pensei. Não te pareces com nada, e nem por isso és informe.

    Fedro.
    E de que matéria era feita?

    Sócrates.
    Da mesma matéria que a sua forma: de dúvidas.’

    Paul Valéry, Eupalinos, 1921
    (a partir da tradução espanhola de Josep Carner), Colegio Oficial de Aparejadores y Arquitectos Técnicos, Murcia, 1982, pp. 63-64.

    O sentido da crítica

    O que é a crítica? Quais são os seus objetivos e os seus significados? A crítica tem algum sentido? Este livro pretende responder a essa questão de uma maneira breve e didática, centrando-se no campo das relações entre arquitetura e crítica.

    Numa primeira definição, a crítica implica um julgamento estético. Tal julgamento consiste em uma valoração individual da obra arquitetônica empreendida pelo crítico a partir da complexidade da bagagem de conhecimentos de que dispõe, da metodologia que utiliza, de sua capacidade analítica e sintética, bem como de sua sensibilidade, intuição e gosto. Ao mesmo tempo, porém, parte de um compromisso ético: a melhoria da sociedade, o enriquecimento do gosto artístico, a defesa da adequação da arquitetura àqueles que são seus fins. Assim, a crítica, principiando como opinião pessoal de um especialista, tem como objetivo integrar a vontade coletiva, difundir-se por meio de publicações, suportes midiáticos, cursos e debates cidadãos, para, finalmente, reverter-se à esfera subjetiva de cada indivíduo dentro da sociedade.

    A atividade do crítico consiste em compreender a obra para que seu conteúdo possa ser explicado ao público. Isso não significa que o crítico possa interpretar integralmente tudo aquilo que compõe a complexidade da obra arquitetônica, nem que seja capaz de esgotar os fundamentos da capacidade criativa do arquiteto. Por exemplo, podemos explicar a fundo a obra de Le Corbusier, seus antecedentes e sua formação, as estruturas tipológicas básicas utilizadas e o contexto cultural e histórico em que se desenvolveu, mas dificilmente seríamos capazes de elucidar por que Le Corbusier foi um criador muito superior a arquitetos qualificados como Pierre Jeanneret, Jerzy Soltan, Guillaume Jullian de la Fuente ou Ianis Xénakis, que trabalharam com ele em seu escritório na rue de Sèvres, em Paris. Aspectos do autor e da obra sempre permanecerão desconhecidos, velados e inexplicáveis, à espera de futuras interpretações.

    A crítica, portanto, situa-se no amplo horizonte que se estende entre dois extremos ilusórios e falsos: de um lado, o excesso racionalista e metodológico, que crê que se possam estabelecer interpretações totalmente confiáveis e comprováveis, únicas e estáveis, sobre toda a obra de criação, e, de outro, o excesso irracionalista, arbitrário e bárbaro, que alega a inutilidade de toda crítica e interpretação diante das grandes obras de arte, essas criações sempre misteriosas e individuais cuja essência é insondável. Distante desses limites igualmente absurdos situa-se o campo da interpretação.

    As origens da crítica

    A primeira resposta a toda pergunta que se refira a uma disciplina humana sempre tem sido buscada em suas origens, em seus primeiros movimentos e atitudes. Para explicar em que consiste a crítica de arquitetura não há outro caminho que não recorrer à sua própria história. É essencialmente disso que este livro vai tratar.

    As origens da crítica situam-se na segunda metade do século xviii, com o surgimento do espírito ilustrado e a eclosão do neoclassicismo, que, mais do que um estilo, representou uma total transformação do gosto e dos métodos de criação e de interpretação das artes, da arquitetura e das cidades. Um dos primeiros passos da crítica surgiu com os escritos que os teóricos do neoclassicismo - como Mengs, Lessing e Winckelmann - lançaram contra o barroco tardio. Nesse sentido, o nascimento da crítica dá-se em uníssono com o nascimento da estética e da arqueologia, ao mesmo tempo que são abertos os primeiros museus públicos, que se sistematizam as escavações arqueológicas e se executam as primeiras restaurações.

    Denis Diderot (1713-1784), com os nove Salões (1759-1781) e seus ensaios e reflexões sobre pintura, escultura e poesia, e Francesco Milizia (1725-1798), com a defesa dos conceitos rigoristas e classicistas em Dell’arte di vedere nelle belle arti del disegno (1781) e em Principi di architettura civile (1785), poderiam ser considerados fundadores e precursores desse espírito crítico que encontrou sua teorização no sistema filosófico de Immanuel Kant.

    No caso de Milizia, suas teorias e interpretações derivam da doutrina de Carlo Lodoli (1690-1761), rigorista veneziano professor de Teologia e crítico radical do barroco, que, como Sócrates, não registrou suas teorias críticas em texto algum, deixando essa tarefa para seus discípulos: Andrea Memmo, Francesco Algarotti e o próprio Milizia. Em oposição à obra de Michelangelo e de Bernini, Milizia defende uma arquitetura funcionalista e racionalista, em que cada material é utilizado segundo sua própria lógica: “A arquitetura não pode conter outra beleza senão a que nasce do necessário”. Com seus textos, tem início um novo tipo de literatura crítica, que revisa cada grande obra de arte e de arquitetura com o máximo rigor, discernindo o acertado e o errôneo em cada um dos elementos daquelas obras. Nesses textos, que se converteram em referência a todo debate arquitetônico da primeira metade do século xix, começam a evidenciar-se as contradições incipientes da linguagem clássica.

    Será, porém, a partir da arte de vanguarda e do movimento moderno que a atividade da crítica irá adquirir um papel mais relevante. A ruptura com a mímesis, as diversas gêneses da abstração, a defesa de uma nova arquitetura (racionalista, funcionalista, social, tecnologicamente avançada), tudo isso exigiria uma teoria, uma crítica e uma historiografia que acompanhassem a difusão da obra de arte e da arquitetura moderna até hoje. Com a expansão e a institucionalização da arquitetura moderna, a teoria e a crítica não só não arrefecem, como continuam a se desenvolver, estimuladas pelo panorama desconcertante que se descortina ante a crise do próprio movimento moderno.

    O ensaio como técnica da crítica

    O ensaio, entendido como uma indagação livre e criativa, não exaustivo, nem especializado, destituído de um caráter rigorosamente sistemático, é a mais genuína ferramenta da crítica. Todo ensaio deve buscar alinhavar argumentos e comparações inéditos, até certo ponto heterodoxos, com elementos subjetivos. Não tem sentido algum como reformulação de tópicos; ao contrário, deve se preocupar em formular perguntas, mostrando a arbitrariedade das convenções. O ensaio consiste numa reflexão aberta e inacabada cujo ponto de partida é o desenvolvimento da dúvida. É essa estrutura aberta que lhe permite orientar-se na direção de uma concepção multidisciplinar do conhecimento humano, de uma compreensão da cultura e da arte como um todo, inter-relacionando, como fizeram autores como Jacob Burckhardt, Mircea Eliade, Eugenio d’Ors, Ernst Gombrich, Mario Praz, Claude Lévi-Strauss, Joseph Rykwert ou George Steiner, entrelaçando referências dos mais diversos campos da cultura: pintura, escultura, arquitetura, literatura e poesia, música, antropologia, religião e ciência.

    O ensaio deve ser aberto em sua estrutura, provisório, revogável, passível de aperfeiçoamento. É um teste, uma tentativa, uma aproximação. Sugere, aponta, esboça, demarca, propõe. Deve partir das mais diversas metodologias da dúvida sistemática, desde Sócrates até a desconstrução, passando por Descartes e Diderot.

    Jacob Burckhardt defendia o valor do ensaio como um esboço que segue múltiplos caminhos, direções e possibilidades. Denis Diderot unia um ensaio a outro mediante a seguinte consideração: “Quem sabe aonde me levará o encadeamento de idéias?”. E José Ortega y Gasset insistia em que todas as idéias são filhas da dúvida.

    O ensaio, que jamais pretende esgotar um tema, não possui a estrutura de um poema ou de uma narração, que podem chegar a um resultado definitivo; ao contrário, deve estar sempre aberto à transformação, à continuidade, à reformulação, ao caráter discursivo e dialético.’

    Copyright dos textos: os autores
    Copyright da presente ediçao: Editorial Gustavo Gili SL


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