En la literatura usualmente se plantea que los partidos populistas y antisistema afectan la democracia. Este artículo propone una mirada alternativa, en tanto la pluralidad democrática también puede favorecer la erosión del sentido de dichas agrupaciones. En este sentido, se propone un estudio secuencial de la trayectoria de Podemos (España) y del Movimento 5 Stelle (Italia), desde su fundación hasta la elección nacional, después de haber participado de un gobierno de coalición (con fuerzas del establishment), momento en el cual, se considera que ya no tenían su carácter antisistema original. Se concluye que la democracia, en términos de su pluralidad, es permisiva con los partidos antisistema cuando estos expresan una lógica confrontativa frente al conjunto del establishment político, pero no cuando deciden conformar coaliciones con al menos parte de este último. El adoptar este camino, factible en una democracia fragmentada, tiene un costo para los partidos antisistema: perder su razón de ser antisistema, al abandonar un discurso nosotros versus ellos, que debería referir al conjunto de la élite política.
In the literature it is usually suggested that populist and anti-establishment parties affect democracy. Thisarticle proposes an alternative view, as democratic plurality can also stimulate the erosion of the meaningof these organizations. In this sense, we propose a sequential study of the trajectories of Podemos (Spain)and Movimento 5 Stelle (Italy) from their foundation until the national election after their participationin a coalition government (along with political parties from the establishment), a moment in which weconsider these parties no longer have their original anti-system status. It is concluded that democracy, interms of its plurality, is permissive with anti-establishment parties when they express a confrontationallogic toward the entire political establishment, but no more when they decide to establish coalitions withat least part of the latter. Adopting this path, possible in a fragmented democracy, has a consequence foranti-establishment parties: They lose their anti-establishment raison d’être, due to the disappearance ofthe “us versus them” discourse that should be related to the entire political elite.
A literatura argumenta habitualmente que os partidos populistas e antissistema afetam a democracia. Este artigo propõe visão alternativa, na medida em que a pluralidade democrática também pode favorecer a erosão do significado de tais agrupamentos. Nesse sentido, propomos estudo sequencial das trajetórias do Podemos (Espanha) e do Movimento 5 Stelle (Itália) desde a sua fundação até a eleição nacional que se seguiu à sua participação em um governo de coalizão (com forças do establishment), momento em que consideramos que já não possuíam seu caráter antissistema original. Concluímos que a democracia, na sua pluralidade, é permissiva com os partidos antissistema quando estes expressam uma lógica de confronto com o conjunto do establishment político, mas não quando decidem formar coligações com pelo menos uma parte deste último. A adoção dessa via, factível numa democracia fragmentada, tem um custo para os partidos antissistema: perdem a sua razão de ser antissistema ao abandonarem um discurso “nós contra eles” que deveria referir-se à elite política no seu conjunto.
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