En el presente artículo se abordan los modos y las condiciones en que la población travesti y trans accede a la salud a partir de la aprobación de la Ley de Identidad de Género (LIG). En el marco de una investigación más amplia que problematiza las transformaciones en los servicios de salud luego de la LIG, nuestras indagaciones en esta instancia estuvieron centradas en comprender los posibles cambios en la relación entre los equipos de salud y la población trans teniendo en cuenta el respeto a la autopercepción (“trato digno”, según el artículo 12 de la LIG), en particular, y el acceso al derecho a la salud de esta población, en general. Este artículo se nutre del trabajo de campo realizado entre 2016 y 2019, en el que se efectuaron un total de 35 entrevistas, a profesionales de la salud (25) y a consultantes trans (10), que trabajan y/o concurren a los centros sanitarios del Noroeste del Conurbano Bonaerense (partidos de José C. Paz, Malvinas Argentinas, Pilar y San Miguel). La LIG, aprobada en la Argentina en el 2012 es la primera normativa a nivel mundial que despatologiza a las identidades trans para acceder a cambios registrales y, a su vez, brinda tratamientos de salud específicos en forma gratuita. No obstante, a través de las entrevistas realizadas, se observa que la heteronormatividad atraviesa, aún con fuerza, a las instituciones sanitarias y a las propias prácticas profesionales de las trabajadoras y los trabajadores de la salud, generando tensiones entre la nueva ley que consagra derechos y la permanencia de históricos patrones biomédicos que refuerzan la violencia y la desigualdad sobre la población travesti y trans. Esta investigación se localiza en contextos espaciales atravesados por la pobreza y la postergación histórica en lo que concierne al dotamiento de infraestructura urbana (acceso a servicios públicos tales como agua corriente, alumbrado público, pavimento y cloacas, por ejemplo) y a condiciones de vida (nivel de pobreza e indigencia y tasas de desempleo y subempleo estructurales).
This article addresses the ways and conditions in which the transgender people access to health after the approval of the Gender Identity Law (GIL). In the framework of a broader investigation that problematizes the transformations in the health services after the gil, our research questions in this article were focused on understanding the possible changes oriented in the relationship between the health workers and the trans population taking into account the respect for self-perception (“dignified treatment”, according to article 12 of the GIL) in particular and access to the right to health of this population in general. This article retrieves the testimonies of 25 health professionals and 10 transgenders consultants who work and / or attend health centers in the Northwest of Greater Buenos Aires (parties of José C. Paz, Malvinas Argentinas, Pilar and San Miguel). The GIL, approved in Argentina in 2012, is the first worldwide regulation that depathologizes trans identities to access registry changes and provides specific health treatments for free. However, through the interviews carried out, it is observed that heteronormativity crosses, still with force, health institutions and the professional practices of health workers, generating tensions between the new law that consecrates rights and the traditional biomedical patterns that reinforce violence and inequality against the transgender people in spatial contexts crossed by poverty, and the historical delay in providing urban infrastructure (access to public services as running water, public lighting, paving, and sewers, for example) and living conditions (level of poverty and indigence and structural unemployment and underemployment).
Este artigo aborda as formas e condições pelas quais a população trans e travesti acessam a saúde após a aprovação da Lei de Identidade de Gênero (LIG). No âmbito de uma investigação mais ampla que problematiza as transformações nos serviços de saúde após a LIG, nossas investigações, neste caso, foram focadas no entendimento das possíveis mudanças orientadas no relacionamento entre as equipes de saúde e a população trans, considerando respeito à autopercepção (“tratamento digno”, conforme o artigo 12 da LIG) em particular e acesso ao direito à saúde dessa população em geral. O trabalho de campo recupera os depoimentos de 25 profissionais de saúde e 10 consultantes trans que trabalham e/ou frequentam centros de saúde no noroeste do Conurbano Bonaerense (minucípios de José C. Paz, Malvinas Argentinas, Pilar e San Miguel). A LIG, aprovada na Argentina em 2012, é a primeira lei mundial que despatologiza identidades trans para acessar alterações no registro e fornece tratamentos de saúde específicos gratuitamente. Porém, por meio das entrevistas realizadas, observa-se que a heteronormatividade atravessa, mesmo com força, as instituições de saúde e as práticas profissionais das/os trabalhadores da saúde, gerando tensões entre a nova lei que consagra direitos e a permanência de padrões biomédicos que reforçam a violência e a desigualdade contra a população trans e travesti em contextos espaciais atravessados pela pobreza e o atraso histórico no fornecimento de infraestrutura urbana (acesso a serviços públicos como água corrente, iluminação pública, pavimentação e esgoto, por exemplo) e condições de vida (nível de pobreza e indigência, e taxas de desemprego e subemprego estruturais).
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