This article presents the concept of “Cabinet of Curiosities”, because if all knowledge begins with “astonishment”, as Aristotle and Plato pointed out in different ways, we can bring this concept to the understanding of an aesthetic epistemology. The Cabinet is, par excellence, the place of burlesque and is defined by causing astonishment through contrasts between artifacts, invented rarities and exotic forms. Linked to aesthetics and feelings of beauty and horror, as well as science and “discoveries”, they wrote the history of museums. Its objects provoke aesthetic pleasure and perform functions that are subject to knowledge, that is, that pass through the judgment of taste. Different authors have thought about the possibilities of “aesthetic cognition”, such as Alexandre Koyré (2011), Nelson Goodman (2006) and Arthur Schopenhauer (2003). Although this research finds its own path, the notorious previous theories will not be disregarded. During the research, we found this concept located at the junction of science and aesthetic experience: the Cabinet of Curiosities. The Cabinet, ancestor of science and natural history museums, has a multidisciplinary microcosm structure. These spaces serve as a key between scientific knowledge and aesthetic experience. They are aimed at objects, considered as archaeological artifacts that are between utilitarianism and the target of admiration, wearable artifacts or tools displayed in museums. The Cabinets of Curiosities or Wunderkammern (the German term widely used for the cabinet of arts and prodigies) emerged between the 16th and 17th centuries arising from the interest in "extraordinary things”. These chambers of wonders systematically brought together everything we should know. There was a tendency to collect everything that seemed extraordinary and unheard of, including bizarre objects or objects that were difficult to believe existed. The study presented here begins with an investigation into the mode of knowledge associated with dressing practices. The Cabinet was considered as a reading key. The Cabinet's analysis, together with the aesthetic experience it awakens, offers possibilities to discuss historical artifacts such as those related to clothing museums, as well as “the strange” in contemporary fashion.
Este artigo apresenta o conceito de “Gabinete de Curiosidades”, pois se todo conhecimento inicia pelo “espanto”, como apontaram Aristóteles e Platão de modos distintos, podemos trazer estes espaços para a compreensão de uma epistemologia estética. O Gabinete é o local do burlesco, por excelência, definido por provocar o assombro através de contrastes entre artefatos, raridades fabuladas e formas exóticas. Vinculados à estética, aos sentimentos do belo e do horror, assim como à ciência e aos “descobrimentos”, eles escreveram a história dos museus. Seus objetos são provocativos do prazer estético e ainda exercem funções dadas ao conhecimento, isto é, passam pelo juízo de gosto. Diferentes autores pensaram sobre as possibilidades de uma “cognição estética”, como os filósofos Alexandre Koyré (2011), Nelson Goodman (2006) e Arthur Schopenhauer (2003); contudo, esta pesquisa encontra seu caminho próprio não desconsiderando as notórias teorias precedentes. Durante a pesquisa, encontrei este conceito situado na junção de ciência e experiência estética: o Gabinete de Curiosidades. O Gabinete, antepassado dos museus de ciências e história natural, possui uma estrutura de microcosmo multidisciplinar. Estes espaços servem como chave entre conhecimento científico e experiência estética: para objetos, como artefatos arqueológicos que estão entre o utilitarismo e alvo de admiração, artefatos vestíveis ou ferramentas expostas em museus. Os Gabinetes de Curiosidades ou Wunderkammern (o termo alemão muito utilizado para o gabinete de artes e prodígios) surgem entre os séculos XVI e XVII, oriundos do interesse pelas coisas extraordinárias. Essas câmaras das maravilhas reuniam sistematicamente tudo o que deveríamos conhecer; tendia-se a colecionar tudo o que parecesse extraordinário e inaudito, inclusive objetos bizarros ou difíceis de acreditarmos na existência. O estudo aqui apresentado inicia sua investigação sobre o modo de conhecimento associado às práticas do vestir; o Gabinete atuou como chave de leitura, pois pensá-lo, juntamente com a experiência estética por ele despertada, oferece possibilidades para discutir artefatos históricos, como os relacionados a museus da indumentária, assim como “o estranho” na moda contemporânea.
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