O presente artigo pretende analisar e investigar as interpretações de Margaret Masterman sobre a noção de paradigma em Thomas Kuhn durante a década de 60, período onde o conceito emergiu e ganhou certa popularidade dentre as discussões em filosofia da ciência. A necessidade de atenção ao conceito se deve às confusões que surgiram pelas múltiplas formas como Kuhn utiliza o termo nas suas descrições acerca da natureza da ciência durante A Estrutura das Revoluções Científicas (1962). Masterman, em A natureza de um paradigma (1965), indica várias situações nas quais os diferentes usos do termo puderam ser reunidos em três perspectivas: paradigmas metafísicos, paradigmas sociológicos e paradigmas de artefato. Essas identificações buscam relacionar os usos do termo “paradigma” durante A Estrutura das Revoluções Científicas, procurando um melhor entendimento da noção que Kuhn desenvolve, visto que as suas mais de vinte referências distintas geraram problemas para o autor acerca do que significava o termo paradigma, quais eram as intenções do uso no contexto e pensamento de Kuhn e como entendê-lo como necessário para a maturidade do conhecimento. Busca-se entender as interpretações de Masterman e relacioná-las com dois textos posteriores onde Kuhn desdobrou e tentou resolver os problemas criados pelo uso de seu termo em circunstâncias distintas. Nestes textos, as próprias divisões que Kuhn utiliza para esclarecer o conceito de paradigma podem ser relacionadas em alguns aspectos com as descrições que Masterman utilizou, como aspectos epistemológicos, sociológicos e metafísicos. Os textos de referência para os esclarecimentos de Kuhn são seu Posfácio (1969) e Reconsiderações acerca dos paradigmas (1974). Investiga-se a possibilidade de Masterman ter motivado alguns esclarecimentos que Kuhn realizou nessas obras, visto a sua compreensão sobre a ciência normal, o principal papel do conceito de paradigma, a saber, a resolução de quebra-cabeças e o uso análogo do paradigma, ou seja, a utilização da realização concreta como base para um modo de ver.
This article intends to analyze and investigate Margaret Masterman's interpretations of the notion of paradigm in Thomas Kuhn during the 1960s, a period in which the concept emerged and gained some popularity among discussions in philosophy of science. The need for attention to the concept is due to the confusions that arose due to the multiple ways in which Kuhn uses the term in his descriptions of the nature of science during The Structure of Scientific Revolutions (1962). Masterman, in The Nature of a Paradigm (1965), indicates several situations in which the different uses of the term could be brought together into three perspectives: metaphysical paradigms, sociological paradigms and artifact paradigms. These identifications seek to relate the uses of the term “paradigm” during The Structure of Scientific Revolutions, seeking a better understanding of the notion that Kuhn develops, since his more than twenty distinct references generated problems for the author regarding what the term paradigm meant, what were the intentions of use in Kuhn's context and thought and how to understand it as necessary for the maturity of knowledge. The aim is to understand Masterman's interpretations and relate them to two later texts where Kuhn unfolded and tried to resolve the problems created by the use of his term in different circumstances. In these texts, the very divisions that Kuhn uses to clarify the concept of paradigm can be related in some aspects to the descriptions that Masterman used, such as epistemological, sociological and metaphysical aspects. The reference texts for Kuhn's clarifications are his Postcript (1969) and Second Thoughts on Paradigms (1974). The possibility is investigated that Masterman may have motivated some clarifications that Kuhn made in these works, given his understanding of normal science, the main role of the concept of paradigm, namely, the resolution of puzzles and the analogous use of the paradigm, or that is, the use of concrete realization as a basis for a way of seeing.
Keywords: Paradigm. Nature of science. Thomas Kuhn. Margaret Masterman.
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