Carlos Rafael Hernandez Vargas
En las últimas dos décadas comenzó a difundirse una ideología proempresarial que pone el acento en el desarrollo de capacidades y en el esfuerzo personal para establecer negocios o empresas propias; esto como una salida frente a la degradación de las condiciones laborales y el retroceso salarial en un amplio espectro de trabajadores. Esta ideología conocida como “emprendedurismo”, “emprendimiento” o del “emprendedor” –por el francés entrepreneur– reconoce que el salario ya no es suficiente para mantener un estilo de vida individual o familiar digno. Por ello, promueve la ruptura con la condición de empleado, desarrollando habilidades mínimas de administración, usando la creatividad y, sobre todo, asumiendo la labor con entusiasmo y mucha voluntad, ello con el objetivo de crear “tu propio negocio” además de un beneficio para la sociedad. Sin embargo, economistas como Stiglitz (2015), Piketty (2015), Esquivel (2016), entre otros, han llamado la atención sobre el hecho de que para superar las condiciones económicas desfavorables, generadas por la desigualdad propia del capitalismo del siglo XXI, hace falta más que entusiasmo y voluntad. En el presente artículo se analiza la ideología del emprendedurismo bajo una óptica genealógica, así como desde la antropología filosófica, mostrando la continuidad de ésta con todo el discurso del burgués como un héroe y del empresario como el self-made-man.
In the last two decades, a pro-business ideology has begun to spread, emphasizing the development of skills and personal effort to establish one's own businesses or enterprises. This is seen as a response to the degradation of working conditions and wage regression across a wide spectrum of workers. This ideology, known as "entrepreneurship" or "entrepreneurship," acknowledges that wages are no longer sufficient to maintain a dignified individual or family lifestyle. Therefore, it promotes breaking away from employee status by developing basic management skills, using creativity, and, above all, undertaking work with enthusiasm and strong will, with the goal of creating "your own business" as well as benefiting society. However, economists like Stiglitz (2015), Piketty (2015), and Esquivel (2016), among others, have drawn attention to the fact that overcoming unfavorable economic conditions, generated by the inherent inequality of 21st-century capitalism, requires more than just enthusiasm and willpower. This article analyzes the ideology of entrepreneurship from a genealogical perspective, as well as from philosophical anthropology, demonstrating its continuity with the entire discourse of the bourgeois as a hero and the entrepreneur as the self-made man.
Nas últimas duas décadas, começou a difundir-se uma ideologia pró-empresarial que enfatiza o desenvolvimento de capacidades e o esforço pessoal para estabelecer negócios ou empresas próprias; isso como uma saída diante da degradação das condições de trabalho e do recuo salarial em um amplo espectro de trabalhadores. Esta ideologia, conhecida como "empreendedorismo" ou "empreendimento", reconhece que o salário já não é suficiente para manter um estilo de vida individual ou familiar digno. Por isso, promove a ruptura com a condição de empregado, desenvolvendo habilidades mínimas de administração, utilizando a criatividade e, acima de tudo, assumindo o trabalho com entusiasmo e muita vontade, com o objetivo de criar "seu próprio negócio" além de beneficiar a sociedade. No entanto, economistas como Stiglitz (2015), Piketty (2015), Esquivel (2016), entre outros, chamaram a atenção para o fato de que para superar as condições econômicas desfavoráveis, geradas pela desigualdade própria do capitalismo do século XXI, é necessário mais do que entusiasmo e vontade. Neste artigo, analisa-se a ideologia do empreendedorismo sob uma ótica genealógica, bem como da antropologia filosófica, mostrando a continuidade desta com todo o discurso do burguês como um herói e do empresário como o self-made-man.
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