Braga (São José de São Lázaro), Portugal
As manifestações culturais produzidas pelas comunidades são centrais na estruturação dos processos de pertença, identidade e participação, nos quais os elementos identificativos e conflituais se organizam numa sequência significativa, que é uma sequência narrativa ordenada pelas relações e interações sociais entre os seus membros. Deste modo, as festas, para além de marcas de reconhecimento identitário, são ancoragens performativas por meio das quais os membros da comunidade exprimem as suas diferenças simbólicas e o valor cultural do seu território em oposição a outros. A reflexividade comunitária é, assim, um importante agente de continuidade e da sustentabilidade das identidades culturais. Este texto visa discutir a relevância da narrativa festiva enquanto condição ontológica da vida social e, portanto, imprescindível na análise sociológica e antropológica das identidades culturais. Esta reflexão será acompanhada com enfoques empíricos, recolhidos pela observação etnográfica e registos visuais, no quadro do estudo da festa da Bugiada e Mouriscada de Sobrado, no âmbito da qual se analisam os eixos narrativos do tempo, da comunidade e da ritualização.
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