René Cristóbal Crocker Sagastume
En este artículo se analiza una experiencia educativa intercultural en la que participan el pueblo maya del norte de Guatemala, el pueblo wixárika del occidente de México, campesinos mestizos de la región mesoamericana, investigadores y estudiantes de carreras del área de la salud, y cuyo objetivo es generar una propuesta de política pública para la producción de alimentos sostenibles en el campo siguiendo el modelo de las granjas escuelas agroecológicas interculturales. Se aplica una metodología de etnografía participante para rescatar la experiencia de informantes de los dos pueblos indígenas mencionados, que luego es socializada en talleres de diálogo intercultural con los campesinos y los estudiantes universitarios. La investigación permitió recuperar la cosmovisión de los pueblos indígenas cuya vida está vinculada a la Madre Tierra a través de rituales ofrecidos a los dioses y orientados a favorecer la producción del sistema de coamil (elemento central en la dieta de la milpa), en donde se siembra de manera ecológica maíz, frijol, calabaza y chile, con agregados de verduras y frutas de la región. A partir del diálogo, los actores interculturales formulan una propuesta de sostenibilidad que incluye: el sistema de coamil, la crianza de animales de traspatio, la producción de abonos orgánicos, controladores biológicos de plagas, cultivo de hortalizas y frutales, así como el manejo sustentable del agua. Se concluye que las granjas escuelas agroecológicas interculturales constituyen un espacio formativo para crear conciencia del papel que desempeña la cosmovisión de los pueblos originarios. Asimismo, el ejercicio de conjugar esta cosmovisión con los saberes agroecológicos de los campesinos de la región mesoamericana aporta elementos para formular una política pública que busca lograr la sostenibilidad de la producción alimentaria en las comunidades campesinas e indígenas en el campo mesoamericano.
This article analyzes an intercultural educational experience involving the Mayan people of northern Guatemala, the Wixárika people of western Mexico, mestizo farmers of the Mesoamerican region, and researchers and students of health careers whose objective is to generate a public policy proposal for sustainable food production in the countryside following the model of intercultural agroecological farm schools. A methodology of participant ethnography is applied to rescue the experience of informants from the two Indigenous peoples mentioned above, disseminated later in intercultural dialogue workshops with farmers and university students. The research made it possible to recover the cosmovision of these Indigenous peoples whose life is linked to Mother Earth through rituals offered to the gods and oriented to favor the production of the coamil system (a central element in the milpa diet), where corn, beans, squash, and chili are ecologically cultivated, with the addition of vegetables and fruits from the region. Based on the dialogue, the intercultural actors formulate a proposal for sustainability that includes the coamil system, backyard animal husbandry, production of organic fertilizers, biological pest controllers, cultivation of vegetables and fruit trees, and sustainable water management. It is concluded that intercultural agroecological farm schools constitute a formative space for creating awareness of the role played by the worldview of native peoples. Likewise, the exercise of combining this worldview with the agroecological knowledge of farmers in the Mesoamerican region provides elements for formulating a public policy that seeks to achieve the sustainability of food production in rural and indigenous communities in the Mesoamerican countryside.
Neste artigo, analisa-se uma experiência educativa intercultural que envolveu o povo maia do norte da Guatemala, o povo wixárika do oeste do México, camponeses mestiços da região mesoamericana, pesquisadores e estudantes da área da saúde, com o objetivo de gerar uma proposta de política pública para a produção de alimentos sustentáveis no campo seguindo o modelo das escolas agroecológicas interculturais. É aplicada uma metodologia de etnografia participante para recuperar a experiência dos informantes dos dois povos indígenas acima mencionados, que é depois socializada em oficinas de diálogo intercultural com camponeses e estudantes universitários. A pesquisa permitiu recuperar a cosmovisão dos povos indígenas cuja vida está ligada à Mãe Terra através de rituais oferecidos aos deuses e que visam favorecer a produção do sistema coamil (elemento central da dieta Milpa), em que milho, feijão, abóbora e pimentão são semeados de forma ecológica, com a adição de legumes e frutas da região. A partir do diálogo, os atores interculturais formulam uma proposta de sustentabilidade que inclui o sistema coamil, a criação de animais de quintal, a produção de adubos orgânicos, os controladores biológicos de pragas, o cultivo de hortaliças e frutas, bem como a gestão sustentável da água. Conclui-se que as escolas agrícolas agroecológicas interculturais constituem um espaço formativo para a consciencialização do papel desempenhado pela cosmovisão dos povos indígenas. Da mesma forma, o exercício de combinar essa cosmovisão com o conhecimento agroecológico dos camponeses da região mesoamericana fornece elementos para a formulação de uma política pública que busca alcançar a sustentabilidade da produção de alimentos nas comunidades camponesas e indígenas do campo mesoamericano.
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados