A Escola Normal de Campos (ENC) ocupou-se da formação de professores primários no norte do Estado do Rio de Janeiro (ERJ) por quase sessenta anos (1895-1954). No texto, se analisam suas origens -no início do período republicano- desde uma dupla perspectiva: observando o interior da instituição e a sua relação com o contexto externo. O olhar interior volta-se para a cultura escolar (Julia, 2000), através da análise do currículo, da distribuição temporal e espacial e da materialidade da escola. Nesse sentido, as origens da instituição foram impregnadas pela potente presença de valores republicanos e dos preceitos higienistas, através de um curso de longa duração, mas com freqüência não obrigatória. Na sua relação com o exterior, se estuda a conjugação das forças políticas/intelectuais que possibilitaram a sua criação no contexto educacional de finais do século XIX, no bojo do processo de profissionalização do magistério e de implantação do sistema de instrução pública, marcados ambos por um processo de avanços, retrocessos e ambigüidades. Por outra parte, o lento ingresso da mulher no mundo do trabalho deixa em evidência um modelo possível de educação feminina, mais do que um projeto profissionalizante de formação de mestres.
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