Braga (São José de São Lázaro), Portugal
O ano 2020 deveria ser memorável para todos os profissionais e docentes da área das ciências da visão pelo facto de 20/20 ser uma referência padrão que se assume como sinónimo de uma visão adequada, por vezes mal denominada como os “100% de visão”.Ao invés, será recordado como uma das piores, senão a pior, crise sanitária, económica e talvez social para várias gerações nascidas na segunda metade do século XX e no século XXI. O ensino da Optometria e Ciências da Visão (OCV) tem características muito particulares sendo uma área fortemente técnica e ao mesmo tempo clínica, envolvendo uma elevada carga letiva de prática laboratorial e prática clínica de procedimentos e técnicas de exame, diagnóstico e tratamento de anomalias oculares. A reação da Área Disciplinar de OCV no contexto pandémico foi imediata, à semelhança do resto da Universidade do Minho. Seguiu-se um processo de aprendizagem com uma forte articulação entre os seus docentes e potencializando a partilha de experiências e recursos pedagógicos. Para isso contribuíram as diferentes estratégias de formação acelerada implementadas pela UMinho através do Gabinete de Apoio ao Ensino (GAE). Passada a etapa mais crítica, este artigo faz uma reflexão sobre os aspetos que consideramos mais relevantes e que contribuíram para manter o ensino ativo e com o maior aproveitamento possível para os estudantes na obtenção dos seus objetivos e resultados de aprendizagem.Comparamos a nossa abordagem com aquela seguida para a mesma área noutros contextos europeus e apresentamos ainda uma reflexão sobre aqueles aspetos que entendemos que devem ser retidos para o futuro num contexto de normalidade pós-COVID-19 ou de nova normalidade e que passará por uma articulação progressiva entre o ensino presencial e não presencial, síncrono e assíncrono, mas sempre dentro daquilo que uma área como esta possa permitir mantendo-o igualmente efetivo.
© 2001-2025 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados