Brasil
Le texte aborde la fragmentation sócio-espaciale dans la ville a partir de la théorie des deux circuits urbains de Milton Santos e des réflexions diverses sur la ségrégation et la fragmentation. Cherche à comprendre l’accès au réseau d’électricité comme révélateur de ces processus dans les quartiers de Penha e Fonte Grande situés dans la municipalité de Vitória – ES (Brésil). L’infrastructure du réseau électrique y est précaire. La consommation moyenne des foyers est relativement élevée à cause des installations précaires e de l’utilisation importante des électroménagers par les ménages. Les tarifs sont, également, élevées par rapport aux revenus moyens des habitants et, par ailleurs, bien supérieurs à ceux payés par les grandes entreprises industrielles. Le moyen trouvé pour accéder au courant électrique par une partie plus pauvre des habitants a été l’accès illicite. On criminalise une partie des habitants des quartiers, incitées à la consommation, mais destitués des moyens pour faire face aux coûts des tarifs et que finissent pour utiliser des expédients illégaux pour accéder à l’électricité. Ceci renforce les processus de fragmentation territoriale e de désaffiliation des populations qui y vivent.
O texto trata da fragmentação sócio-espacial na cidade a partir da teoria dos dois circuitos urbanos de Milton Santos e de reflexões diversas sobre a segregação e a fragmentação. Busca compreender o acesso às redes elétricas como reveladoras desse processo nos bairros da Penha e da Fonte Grande no município de Vitória – ES. A infraestrutura da rede elétrica nesses lugares é precária, bem como o consumo médio das residências relativamente elevado em função das instalações ruins e dos inúmeros eletrodomésticos possuídos pelas famílias. As tarifas em relação à renda média dos habitantes são relativamente elevadas: os valores pagos por kWh para as residências são iguais para todas as classes sociais e bem superiores àqueles da grande indústria. O meio encontrado para se suprir em eletricidade, por uma parte mais pobre dos habitantes, é o seu uso ilícito. Há uma criminalização de parcelas das populações incitadas ao consumo, mas sem meios para arcar com os custos e que acabam lançando mão de expedientes ilegais para se suprir em eletricidade. Isso reforça os processos de fragmentação territorial e de desfiliação das populações que ali vivem.
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