Infecções dentárias podem evoluir para um Abscesso Dentário (AD), que por sua vez é o acúmulo de células inflamatórias agudas no ápice de um dente não vital. Porém, quando não tratadas, podem disseminar-se pelos espaços faciais, levando a infecções mais graves como um Abscesso Cerebral (AC). Esse artigo tem como objetivo relatar um caso clínico de AC resultante de um AD. Relata – se o caso do paciente R.A.B.S. do gênero masculino, 28 anos de idade, faioderma, atendido no Hospital de Alta Complexidade Dr. Carlos Macieira em São Luís-MA. O paciente foi admitido com suspeita diagnóstica de sepse grave por meningite, pneumonia e crises convulsivas. O cirurgião dentista observou condição bucal extremamente insatisfatória. Mediante achados, a equipe de odontologia sugeriu uma tomografia computadorizada, que teve como resultado parasinusopatia inflamatória associada a obliteração das unidades de drenagem osteomeatais e múltiplos abscessos periapicais na arcada superior. Em consenso com a equipe médica, foram realizadas as exodontias de 10 elementos dentários em centro cirúrgico juntamente com os profissionais de Cirurgia e Traumatologia do hospital, devido ao diagnóstico fechado de sepse grave por abscessos dentários, neurotoxoplasmose, confirmando também HIV positivo. Dada a severidade do quadro de septicemia do paciente e o atraso na remoção dos focos primários, a evolução para óbito não foi evitada. Sob essa ótica, o diagnóstico precoce de um AD dentro das unidades hospitalares visa minimizar a morbidade e mortalidade desses pacientes e só é possível sob o olhar atento e conhecimentos do cirurgião dentista na UTI.
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