Márcio Evaristo Beltrão, Solange Maria de Barros
De acordo com os dados divulgados pelo Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH) em 2023, nos últimos 10 anos, os crimes contra pessoas LGBTQIA+ no estado de Mato Grosso cresceram mais de 100%. Posto isso, com o objetivo de compreender como os professores formadores do estado observam essa conjuntura violenta de Mato Grosso, este trabalho utiliza como principal arcabouço a Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2003), tendo como suporte a Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1985; 1994) e os Estudos Queer (BUTLER, 2001; LOURO, 2008; MISKOLCI, 2012). Desta forma, por meio da categoria analítica Interdiscursividade do significado representacional do discurso e da transitividade dos processos, propõe-se uma análise crítica de enunciados proferidos por cinco docentes formadores dos Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica, órgão que integrava a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Os enunciados foram coletados por meio de questionários e os resultados das análises apontam que, nos últimos anos, o cenário político e social para LGBTQIA+ viverem se tornou ainda mais violento. Em um estado considerado conservador, debater tais questões no ambiente escolar se tornou ainda mais complexo devido a chegada ao poder por políticos considerados extremistas. Entretanto, apesar do atual cenário de retrocessos, é crucial que as diversidades sexuais e de gênero não sejam silenciadas no ambiente escolar, pois, mesmo nesses tempos sombrios, a esperança de um futuro melhor para as pessoas LGBTQIA+ deve ser um incentivo para que atos de resistência prossigam existindo.
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