Braga (São José de São Lázaro), Portugal
Em Portugal, o crédito privado tem suscitado inúmeros estudos através de variadas abordagens, permitindo demonstrar a sua ubiquidade entre a população portuguesa do período moderno. As análises empreendidas focam-se, todavia, em contratos de empréstimo de dinheiro a juro de curto-médio prazo (obrigações). Até ao momento, nenhum destes estudos se debruçou sobre contratos de longo prazo (censos consignativos), ignorandose, por isso, a relação entre estes dois instrumentos financeiros. Esta comunicação visa colmatar essa lacuna, apresentando alguns resultados de uma investigação em curso sobre a atividade creditícia em Braga, entre 1697 e 1705, através de contratos de obrigação e censos consignativos. Pretende-se analisar o perfil socioprofissional dos agentes envolvidos, os montantes dos empréstimos e a sua aplicação. A abordagem aos censos consignativos terá com pano de fundo uma perspetiva jurídica e a sua relação com a usura, com o intuito de demonstrar a forma como os interditos sobre o crédito eram torneados nas práticas da população.
In Portugal, several studies address private credit during the early modern period from different approaches, demonstrating its ubiquity. However, the analyses undertaken focus on short-medium-term loans (obligations). So far, none of these studies have focused on long-term contracts (censos consignativos; lien), thus ignoring the relationship between these two financial instruments. This paper aims to fill this gap, presenting preliminary results of an ongoing investigation on private credit activity in Braga, between 1697 and 1705. It aims to analyze the social profile of creditors and debtors, the volume of credit, and the application of loans contracted either through short-medium contracts and longterm ones. It will also address the legal background of censos and their relationship with usury, revealing how it was circumvented in the daily practices.
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