Letramento: uma discussão sobre grafocentrismo e microcultura

• Euzébio, Michelle Donizeth ^[1] ; Goulart, Anderson Jair ^[1] ; Mendes, Angelita Darela ^[2]
  1. [1] UFSC
  2. [2] Universidade São José
• Localización: Fórum Linguístico, ISSN-e 1984-8412, Vol. 6, Nº. 2, 2009, págs. 39-53
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Literacy: a discussion of graphocentrism in microculture
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• Resumen
  • English

    This study focuses on the characterization of graphocentrism in microculture. We aim to describe, based on literacy studies, the presence of written language in the life of socially and historically situated subjects, thematizing the axiological capital of less favored socioeconomic contexts. Subjects are children undergoing schooling process, living in a district of Florianópolis, Santa Catarina, Brazil. Discussions on the theme are based on Barton (1994), Barton, Hamilton and Ivanic (2000), Heath (1982), and Street (1994, 2003). Looking at literacy from a sociocultural perspective implies understanding that subjects deal with written language in their daily life in different ways. It seems that school tends to teach subject matters defined beforehand, and this hampers the dialog with different social practices played by students who come from family environments with different schooling levels. This study is inserted in a project whose focus is the defense of a more sensible look of school concerning the different realities which constitute school itself, regarding the teaching of written language. The present research aims to answer the following questions: How can we configure the microculture (family, school, church, neighborhood) – more or less graphocentric – where children attending 1st to 5th grade live, in an economically less privileged community of Florianópolis? How can we delineate the axiological capital regarding the mastering of written language by those children? What literacy events are more recurrent within that microculture? The data were collected by means of interviews, observations and field annotations, focusing on the visible elements of literacy events, similarly to what has been done by Hamiton (2000), such as participants, environments, artifacts, and activities. On the hand, the non-visible constituents of literacy practices, such as hidden participants, domain, resources, and routines, were observed during interaction.

  • português

    O presente estudo focaliza a caracterização do grafocentrismo na microcultura. Seu objetivo é descrever, com base nos estudos sobre letramento, a presença da língua escrita na vivência de sujeitos social e historicamente situados, tematizando o capital axiológico de entornos socioeconômicos menos favorecidos. Tais sujeitos são crianças em processo de escolarização, residentes em um bairro da cidade de Florianópolis/SC. As discussões sobre o tema ancoram-se em estudos de Barton (1994); Barton, Hamilton e Ivanic (2000); Heath (1982) e Street (1984, 2003). Olhar o fenômeno do letramento sob a perspectiva sociocultural implica o entendimento de que os sujeitos lidam com a língua escrita no dia-a-dia diferentemente. Ao que parece, a escola tende a se ocupar de ensinar conteúdos dados a priori, o que dificulta o diálogo com práticas sociais diversas protagonizadas por alunos advindos de ambientações familiares de níveis distintos de escolarização. O estudo insere-se em projeto cujo enfoque é a defesa de um olhar mais sensível da escola às diferentes realidades que a constituem em se tratando da abordagem da língua escrita. Este recorte de pesquisa busca responder às seguintes questões: Como se configura a microcultura (família, escola, igreja, vizinhança) – mais grafocêntrica ou menos grafocêntrica – em que vivem crianças de 1º a 5º ano de uma comunidade de desprivilegiamento econômico no município de Florianópolis? Como se delineia o capital axiológico no que respeita ao domínio da língua escrita por parte dessas crianças? Que eventos de letramento se mostram mais recorrentes nessa microcultura? Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, observação e notas de campo, focalizando os elementos visíveis nos eventos de letramento, tal qual suscitado nos estudos de Hamilton (2000), como, por exemplo, participantes, ambientes, artefatos e atividades. Já osconstituintes não-visíveis das práticas de letramento, tais como participantes ocultos, domínio, recursos e rotinas foram observados durante a interação.